Homens armados, supostos islamitas do grupo somali Al-Shabab, sequestraram dois médicos cubanos e mataram o policial responsável por sua proteção nesta sexta-feira (12) em Mandera, uma cidade do nordeste do Quênia, na fronteira com a Somália.
"Hoje, por volta das 9h [3h de Brasília], supostos membros do Al-Shabab sequestraram dois médicos cubanos no hospital em Mandera", declarou o governador de Mandera, Ali Roba, em um comunicado.
O porta-voz da polícia queniana, Charles Owino, disse em coletiva de imprensa em Nairóbi que os dois homens, escoltados por dois policiais, dirigiam-se para o trabalho esta manhã quando seu veículo foi bloqueado por dois carros SUV.
Os sequestradores mataram um dos dois policiais e "conseguiram sequestrar os dois médicos e cruzar a fronteira [da Somália] com eles", acrescentou o porta-voz. O motorista do veículo que transportava os médicos foi preso e interrogado.
"As forças de segurança estão perseguindo os agressores", concluiu ele.
Um oficial da polícia de Mandera disse à AFP que "pela forma como agiram e o fato de que se dirigiram para a fronteira com a Somália, acreditamos que os sequestradores são do Al-Shabab".
O governador de Mandera apresentou suas condolências à família do policial morto, "quando protegia a vida de nossos médicos cubanos".
Os dois médicos, um generalista e um cirurgião, fazem parte de um grupo de 100 médicos cubanos destacados no Quênia desde meados de 2018 para fortalecer o serviço de saúde do país.
Em novembro, uma voluntária de uma ONG italiana foi sequestrada em um vilarejo no sudeste do Quênia por um grupo armado que atirou nos moradores e feriu cinco pessoas. Ela ainda não foi encontrada.
Os sequestros de estrangeiros não são muito comuns no Quênia, mas podem ter um efeito devastador no importante setor do turismo.
Vários sequestros no litoral em 2011 foram marcados pela morte de um britânico e pelo sequestro de sua esposa. Algumas semanas depois, uma mulher francesa foi sequestrada em sua casa no arquipélago de Lamu.
Pouco depois, membros do Al-Shabab sequestraram dois trabalhadores humanitários espanhóis no campo de refugiados de Dabaab, perto da fronteira somali.
Desde 2011, o Exército queniano participa da Missão da União Africana na Somália (Amisom), que luta contra o Al-Shabab, afiliado da Al-Qaeda.
O Al-Shabab vem tentando desde 2007 derrubar o instável governo central da Somália.
* AFP