O assessor de segurança nacional dos Estados Unidos John Bolton afirmou, em entrevista coletiva na capital norte-americana Washington, que espera a adesão de três aliados fundamentais do presidente Nicolás Maduro para derrubar o atual regime.
Bolton disse que o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, o comandante da guarda presidencial, Ivan Hernandez, e presidente do Tribunal Supremo de Justiça — Suprema Corte do país e leal a Maduro —, Maikel Moreno, firmaram que o governo "não poderia continuar". O assessor do governo de Donald Trump espera que a adesão ocorra "nesta tarde ou nesta noite".
— Como a oposição em toda Venezuela sabe, eles se comprometeram a apoiar a derrocada de Maduro. Esperamos que as promessas sejam cumpridas nesta tarde ou nesta noite — declarou Bolton.
Mais cedo, no Twitter, ele convocou os três membros do governo a aderir ao levante chamado pelos líderes da oposição Juan Guaidó e Leopoldo López.
"Seu tempo acabou. Essa é a última chance. Aceitem a anistia do presidente interino Guaidó, protejam a constituição e removam Maduro, e nós vamos tirar vocês da lista de sanções. Fiquem com Maduro, e afundem com o navio", afirmou Bolton.
Bolton afirmou, entretanto, que não considera a tentativa de derrubar Maduro "um golpe de Estado" e reiterou que "todas as opções estão sobre a mesa".
— Claramente não é um golpe de Estado. Reconhecemos Juan Guaidó como o interino. Não é um golpe, se Juan Guaidó assume o controle dos militares venezuelanos — insistiu Bolton.
Leopoldo López, libertado da prisão nesta manhã, pediu asilo na embaixada chilena. De acordo com o ministro das Relações Exteriores do Chile, Roberto Ampuero, o líder do partido Vontade Popular está refugiado no local com a sua esposa e a sua filha.
"O Chile reafirma seu compromisso com os democratas venezuelanos", disse Ampuero.
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou que busca "a melhor solução para restabelecer a democracia".
Desde o início do levante chamado por Juan Guaidó, vários confrontos eclodiram nas ruas da capital Caracas, especialmente ao redor da base aérea de La Carlota. De acordo com a imprensa local, 57 pessoas ficaram feridas. Ainda não existe registro de mortos.
O presidente Nicolás Maduro não fez qualquer aparição pública desde a manhã desta terça-feira (30).