Em discurso neste sábado (9), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que um novo "ataque cibernético" impediu o restabelecimento de energia no país.
O apagão que atingiu a Venezuela dura mais de 48 horas e afetou 22 dos 23 estados do país. Segundo informações do observatório de medição Netblocks, 96% da população está sem internet.
No discurso em Caracas, Maduro afirmou que o trabalho de restabelecimento da energia estava em 70%, quando houve o novo ataque.
— Hoje, 9 de março, havíamos avançado quase 70%, quando sofremos, ao meio-dia, um novo ataque de caráter cibernético a uma das fontes de geração, que funcionava perfeitamente, o que perturbou e derrubou tudo o que havíamos conseguido — disse.
De acordo com o ditador, são ataques eletromagnéticos contra as linhas de transmissão da represa de Guri, a maior hidrelétrica do país. O blecaute também afetou o estado de Roraima.
— Espero que o processo de restabelecimento seja definitivo e estável para a maioria dos venezuelanos nas próximas horas. Peço compreensão — disse Maduro.
O presidente anunciou um plano de contingência que contempla a distribuição em massa de alimentos e água potável a partir de segunda-feira, e assistência especial em hospitais. Também afirmou que, nos últimos seis anos, foram danificadas mais de 150 subestações dentro do que chamou de "guerra elétrica", e que 200 pessoas morreram carbonizadas ao manipularem a infraestrutura.
Maduro reiterou que o "ataque" foi obra dos Estados Unidos (usando "armas de alta tecnologia") e da oposição venezuelana, liderada por Juan Guaidó.
— Tudo tem a sua hora, e vocês sabem que não hesito em fazer justiça — expressou, dirigindo-se a um manifestante que gritou, referindo-se a Guaidó: "Prenda-o!"
Segundo Maduro, as agressões que denuncia têm o apoio de pessoas infiltradas na estatal elétrica, a quem prometeu identificar e "punir de forma exemplar".