O presidente venezuelano Nicolás Maduro e seu opositor, Juan Guaidó, mobilizaram seus apoiadores neste sábado (9), em uma nova escalada de protestos nas ruas do país, desta vez após o caos provocado por um apagão histórico de energia elétrica.
— Queremos marchar — gritava um grupo de seguidores de Guaidó a um contingente de policiais que bloqueava o acesso à avenida Victoria, em Caracas.
Agentes do serviço de inteligência do governo faziam ronda pela região.
— Não tem água, não tem luz, não tem comida. Não aguentamos — disse Jorge Lugo, um morador do bairro Santa Mônica, ao sul de Caracas, que carregava uma bandeira.
— Acham que vão nos colocar medo hoje, mas vão levar uma surpresa do povo e da rua. (...) Não existe mais modo de conter um povo que está decidido a acabar com a usurpação — afirmou Guaidó em uma postagem no Twitter.
O presidente Nicolás Maduro, por sua vez, convocou os seus seguidores para uma "Marcha Antiimperialista", para lembrar o 4º aniversário das sanções norte-americanas contra a Venezuela. O mandatário venezuelano atribuiu o apagão de mais de 24h no país a uma "guerra elétrica promovida pelo imperialismo americano".
"Seguimos na batalha e na vitória diante da permanente e brutal agressão contra nosso povo. Hoje, mais do que nunca, somos antiimperialistas. Nunca nos renderemos!", tuitou Maduro neste sábado.
Apoiadores do presidente carregam cartazes com imagens de Simon Bolívar, líder da América espanhola, e de Hugo Chávez, presidente venezuelano que morreu de câncer em 2013.
Entre a quinta e a sexta-feira, a Venezuela sofreu o pior corte de energia da história recente. Foram mais de 30 milhões de afetados em quase todos os 23 Estados do país. O serviço se restabeleceu neste sábado em Caracas e nos estados de Miranda e Vargas, mas permanece em muitas regiões, como Táchira, Zulia e Barinas. As autoridades ainda não deram um balanço da situação.