Dois caminhões com mantimentos devem tentar cruzar a fonteira entre Brasil e Venezuela neste sábado (25). Os veículos saíram de Boa Vista (RR) durante a madrugada. O destino é Pacaraima, a 215 km, na divisa entre os países, que segue fechada após ordens de Nicolás Maduro.
Nesta manhã, uma fila de militares com escudos antimotim permanecia fechando a via que dá a acesso ao país vizinho, onde ao menos dois morreram em confrontos com forças militares na sexta-feira.
A movimentação faz parte de uma ação coordenada entre EUA, Colômbia, Brasil e a oposição venezuelana para forçar a deposição do ditador Nicolás Maduro, que, impopular e isolado internacionalmente, depende do apoio das Forças Armadas para se manter no poder.
Em entrevista coletiva à imprensa na manhã deste sábado (23), autoridades falaram sobre a ação. Conforme William Popp, encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, o carregamento deve contemplar mais de 6 mil pessoas.
— Agora, é o governo de Maduro que precisa permitir essa ajuda. Pedimos às forças de segurança venezuelanas que permitam que esses produtos de grande necessidade entrem na Venezuela.
Os mantimentos, como feijão, açúcar e arroz, além de medicamentos, foram comprados no Brasil e são transportados por caminhões venezuelanos.
Além da barreira humana, é possível avistar, a partir do lado brasileiro, grupos de militares venezuelanos ao longo da fronteira seca com o Brasil. Para cruzar, é preciso percorrer vários quilômetros a pé por um caminho montanhoso.
Além da preocupação com conflitos, os moradores do lado brasileiro estão com temor de ficar sem gasolina — por causa do preço baixo e do contrabando, não há um posto sequer no trecho da BR-174 que liga Pacaraima a Boa Vista.
Quando a fronteira está aberta, os brasileiros abastecem em um posto de gasolina aberto apenas para estrangeiros. Mesmo mais caro que o preço vendido a venezuelanos, o litro sai por R$ 1,50, bem mais barato do que os R$ 3,8 de Boa Vista.