Na tarde desta sexta-feira (22), o Exército venezuelano e a Guarda Nacional Bolivariana confrontaram manifestantes na cidade de Santa Elena de Uairén, município que faz fronteira com a cidade de Pacaraima, no Brasil. De acordo com o consulado brasileiro no local, a situação "tende a se agravar".
— Há cerca de 500 militares no enfrentamento com donas de casa, comerciantes e profissionais liberais, que somam cerca de 1,5 mil manifestantes — afirma a fonte do consulado.
De acordo com a missão diplomática brasileira, são 42 turistas brasileiros na cidade, mas não há informações sobre risco iminente. Quatro estão no consulado e foram avisados sobre a impossibilidade de seguir viagem. Outros 38 estão próximos à parte venezuelana do Monte Roraima e são aguardados no local.
Mais cedo, um confronto entre indígenas e militares venezuelanos deixou dois mortos. Ambas as vítimas foram mortas enquanto tentavam manter aberta uma estrada para a chegada de ajuda humanitária no país, de acordo com uma ONG de defesa dos direitos humanos. As vítimas seriam um casal.
Os índios pemones, que entraram em confronto com o Exército da Venezuela, fizeram militares reféns. O anúncio foi feito por Marcel Pérez, um dos indígenas envolvidos em protestos a favor da entrada de ajuda humanitária, na comunidade de Kumarakapay. Fontes militares do Brasil consultadas por GaúchaZH confirmaram a informação.
Segundo Pérez, o sequestro foi uma forma de pressionar o Exército de Nicolás Maduro a “parar com as agressões contra os venezuelanos”. Ele evitou afirmar que os reféns poderão ser utilizados como moeda de troca para a passagem de caminhões com ajuda estrangeira.