O opositor Juan Guaidó, reconhecido por 50 países como presidente interino de Venezuela, pediu na segunda-feira (11) a seus seguidores que realizem uma marcha maciça nesta terça-feira (12) a fim de exigir dos militares que desconheçam a ordem do presidente Nicolás Maduro de impedir a entrada de ajuda humanitária americana.
— Vamos às ruas para uma grande mobilização. Hoje nosso pior inimigo é a desesperança, não é permitido se cansar — disse Guaidó em um ato diante de universitários.
Alimentos e remédios enviados pelos Estados Unidos permanecem desde quinta-feira (7) em um centro de armazenamento na cidade de Cúcuta, na Colômbia, perto da ponte fronteiriça Tienditas, bloqueada por militares venezuelanos com dois contêineres e uma cisterna.
O Brasil aceitou montar no Estado de Roraima um centro de armazenamento de ajuda humanitária para a Venezuela, enquanto Guaidó afirma que o número de voluntários inscritos para colaborar no processo de assistência subiu para 120 mil.
Maduro, que nega a existência de uma crise humanitária, considera a ajuda um "show político" e o início de uma intervenção militar dos Estados Unidos. O presidente venezuelano culpa as sanções americanas pela escassez de alimentos e medicamentos que atinge os cidadãos combinada a uma hiperinflação.
A marcha de terça-feira, que também homenageará os cerca de 40 mortos em distúrbios neste ano, será a terceira convocada por Guaidó depois das de 2 de fevereiro e de 23 de janeiro, quando ele se autoproclamou presidente interino.
— Aqui não há possibilidade de uma guerra civil porque 90% da população quer mudança — afirmou o líder opositor.