Um tribunal de Melbourne, na Austrália, ordenou nesta quarta-feira (27) a detenção do cardeal australiano George Pell, ex-número três do Vaticano, que foi declarado culpado por pedofilia. Ele foi condenado em cinco acusações de agressão sexual contra dois coroinhas da catedral de São Patrício de Melbourne, onde era arcebispo, em 1996 e 1997.
Após o anúncio da ordem de detenção, o religioso se inclinou diante do juiz e foi levado, sem algemas, para fora da sala de audiências. O cardeal, 77 anos, foi declarado culpado em 11 de dezembro, mas, por motivos legais, o veredicto só foi anunciado publicamente na terça-feira (26).
Os advogados do religioso conseguiram que a detenção, que deveria ter acontecido em dezembro, fosse adiada para realização de operações nos joelhos de Pell.
A defesa pretendia também solicitar à corte de apelações uma nova libertação sob fiança, para que o religioso aguarde o julgamento de seu recurso. Mas desistiu da estratégia ao anunciar que considera "apropriado aguardar o anúncio da pena".
Uma audiência neste sentido está programada para 13 de março. Nesta quarta, o juiz Peter Kidd considerou "evidente" o crime do ex-secretário de Economia do Vaticano.
— É um crime cruel e vergonhoso. Implicou um abuso de confiança. Se aproveitou de dois jovens vulneráveis — afirmou o magistrado.