O presidente da Venezuela Nicolás Maduro afirmou, no final da tarde desta quarta-feira (23), que o país rompeu relações diplomáticas e políticas com os Estados Unidos e deu 72 horas para que as missões norte-americanas deixem o país. O anúncio foi realizado após Donald Trump reconhecer o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, como o novo presidente interino do país.
— Eles só têm um destino: o fracasso político do golpe de estado que pretendem. Outra vez vamos vencer — declarou Maduro em seu pronunciamento, comparando os atos desta quarta à tentativa malsucedida de derrubar Hugo Chávez em 2002.
O governo da Venezuela também afirma que a Rússia mantém o reconhecimento de Maduro como chefe de Estado do país.
Maduro desafia, em frente ao Palácio de Miraflores, o reconhecimento do presidente autodeclarado Juan Guaidó, que lidera a Assembleia Nacional do País.
Assim como os EUA, o Brasil e outros oito países reconheceram Guaidó como chefe de Estado da Venezuela: Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru e Guatemala.
Protestos
Milhares de pessoas saíram às ruas em Caracas, na capital da Venezuela, em uma marcha convocada pela Assembleia Nacional, controlada pelo oposição. Os manifestantes exigem a renúncia do presidente, após Guaidó se autoproclamar presidente. Em contrapartida, Maduro convocou seus apoiadores para sair às ruas.
Houve um conflito entre os opositores e a tropa de choque da polícia. Os tumultos ocorreram quando os manifestantes bloquearam a Avenida Francisco de Miranda, uma das principais da cidade. Agentes da Guarda Nacional tentaram dispersar a multidão disparando balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo.