
Os "coletes amarelos" voltaram a se manifestar neste sábado (29), no sétimo fim de semana de protestos na França, contra a política social e fiscal do presidente Emmanuel Macron. No entanto, o ato contou com poucas pessoas mobilizadas — comparado a dias anteriores. No meio da tarde, aproximadamente mil manifestantes se reuniram em cidades como Paris, Marselha e Nantes. O comparecimento foi maior em Bordeaux.
Alguns incidentes ocorreram na capital, com lançamento de projéteis contra a polícia, que respondeu com bombas de gás lacrimogêneo e detenções. O mesmo ocorreu em Rouen e Nantes. Até o momento, cerca de 20 pessoas foram detidas em todo o país.
Iniciado em meados de novembro, o movimento dos "coletes amarelos" diminuiu durante as últimas semanas: em 22 de dezembro houve 38,6 mil manifestantes e, na semana anterior, foram 66 mil. No primeiro sábado de protestos, em 17 de novembro, 282 mil pessoas estavam presentes, segundo dados do governo francês.
Membros do movimento, surgido de forma espontânea, acreditam que a desmobilização se deve às festas de Natal e preveem uma forte mobilização em janeiro, apesar das concessões do governo.
— Todos devem entender que não vamos parar — assegurou Thierry, de 51 anos, um mecânico que denuncia uma divisão muito desigual da riqueza na França.
Alguns "coletes amarelos" planejam se manifestar na véspera do Ano Novo, durante a qual são esperadas várias concentrações de manifestantes na Champs-Élysées, em Paris. A mobilização tem provocado uma diminuição na chegada de turistas à capital francesa, após a repetição nas últimas semanas de incidentes violentos na famosa avenida parisiense. Até agora, 10 pessoas morreram acidentalmente e 1,5 mil manifestantes ficaram feridos, 50 deles gravemente.