Um novo protesto dos "Coletes Amarelos" foi realizado neste sábado (8) em Paris, na França. Aos gritos de "Macron, renuncie!", os manifestantes enfrentaram a polícia local, que respondeu com ataques de gás lacrimogêneo. O grupo reivindica a diminuição nos preços de combustíveis e de outras tarifas, como energia elétrica, além do aumento do salário mínimo.
O confronto ocorreu às 10h25min, no horário local, em uma rua adjacente à Champs-Élysées, perto do Arco do Triunfo. Cerca de 30 mil pessoas se manifestavam na célebre avenida, segundo a prefeitura de Paris.
Os protestos reuniram 125 mil pessoas neste sábado (8) em toda a França. Segundo o ministro do Interior, Christophe Castaner, até às 18h (horário local, 15h em Brasília), as forças da ordem fizeram 1.385 detenções, sendo que 975 foram presos preventivamente. O primeiro-ministro, Édouard Philippe, elogiou a ação da polícia:
— As forças da ordem fizeram com que a lei seja respeitada — ressaltou, acrescentando que agora é o momento para o diálogo, que ele mesmo já começou hoje com os "coletes amarelos" e que "deve continuar".
Em Paris – onde pelo menos 10 mil pessoas participavam dos protestos –, quase todas as lojas estão fechadas, e suas entradas e vitrines foram protegidas com painéis de madeira para evitar saques e quebra-quebra.
Já foram detidos 651 pessoas na capital francesa, por carregarem máscaras, martelos ou paralelepípedos, segundo o secretário de Interior, Laurent Núñez.
Aproximadamente 90 mil policiais estão espalhados por todo território. As autoridades estão fazendo batidas nas estações de trem e nos pontos estratégicos da capital, onde se reúnem os manifestantes do movimento.
1.385 foram presas, mas alertou que "este número vai aumentar".
Entre eles, 651 foram detidos em Paris, , e 975 foram presos preventivamente.
Em todo país, foram instauradas medidas de segurança excepcionais, sobretudo, em Paris, após as cenas de guerrilha urbana na capital francesa rodarem o mundo no último sábado. Além disso, pela primeira vez em mais de uma década, veem-se na capital veículos blindados da Gendarmeria.
Este é o quarto final de semana consecutivo de protestos na França. O grupo, sem nenhum comando claro e que se organiza por meio das redes sociais, ficou conhecido como "Coletes Amarelos" devido à vestimenta que utilizam nas manifestações, um item obrigatório para todos os motoristas franceses.
A onda de manifestações começou em 17 de novembro em oposição a um aumento dos impostos sobre combustíveis, mas nas últimas semanas tornou-se um protesto generalizado contra a política econômica e social do governo.
Estradas bloqueadas
Em uma nova jornada de mobilização nacional contra o governo Macron, várias estradas foram bloqueadas pelos "Coletes Amarelos" em diferentes províncias da França. A autoestrada que conecta Paris a Bordeaux, no sudoeste do país, ficou totalmente paralisada depois que mais de 100 pessoas atearam fogo a pedaços de pau e a pneus.
Na fronteira franco-espanhola, os manifestantes montaram uma barricada seletiva que bloqueava a passagem dos caminhões procedentes da Espanha, segundo a prefeitura dos Pirineus Atlânticos. Em Marselha, dois mil "Coletes Amarelos" desfilaram pelo centro da cidade, situada no sudeste da França. Em algumas regiões do país, as autoridades proibiram as manifestações, assim como a venda e o transporte de gasolina, fogos de artifício e produtos inflamáveis ou químicos.