Dois aviões bombardeiros estratégicos e supersônicos russos desembarcaram na Venezuela, nesta segunda-feira (10). O fato ocorre em meio a tensões entre o Kremlin e os Estados Unidos. O governo venezuelano informou que as Forças Aéreas da Rússia e da Venezuela farão manobras conjuntas para a defesa do país sul-americano diante de um ataque simulado. Segundo o Executivo venezuelano, os EUA têm intenção de atacar o país governado por Nicolás Maduro.
— Devemos dizer ao povo da Venezuela e ao mundo inteiro que, assim como estamos cooperando em diversas áreas de desenvolvimento para ambos os povos, também estamos nos preparando para defender a Venezuela até o último palmo quando for necessário — afirmou o ministro da Defesa venezuelano, general Vladimir Padrino López, quando recebia uma centena de pilotos e profissionais russos, que chegaram a Caracas a bordo de várias aeronaves militares.
Os dois bombardeiros estratégicos que chegaram a solo venezuelano nesta segunda-feira têm capacidade de ações nucleares. As aeronaves são do modelo Tupolev Tu-160. Eles aterrissaram no Aeroporto Internacional de Maiquetia, localizado ao norte de Caracas.
O presidente da Venezuela visitou a Rússia na semana passada para estreitar as relações dos países nos âmbitos econômico e político. Na incursão, Maduro fechou acordos para receber US$ 6 bilhões em investimentos russos nos setores petroleiro e de mineração.
As relações entre os EUA e a Rússia seguem estremecidas em razão de acontecimentos nos últimos anos, como o anexo da região da Crimeia pelo governo Russo, a possível intervenção russa nas eleições dos Estados Unidos e a participação do Kremlin na guerra da síria.
Em meados de novembro, EUA, Canadá, Chile, França, Peru e Uruguai participaram, a convite do Brasil, de exercícios aéreos conjuntos em Natal, no Rio Grande do Norte. As manobras fizeram parte do Cruzex 2018, evento multinacional e conjunto realizado pela Força Aérea Brasileira (FAB).