O júri de um tribunal espanhol considerou culpado, neste sábado (3), o brasileiro François Patrick Nogueira Gouveia, 21 anos, acusado de assassinar a sangue frio dois tios e dois primos em aggosto de 2016, um crime que comoveu a Espanha.
Os nove membros do júri, que haviam iniciado suas deliberações ontem, concluíram que o jovem matou intencionalmente seus familiares. "Sabia o que era certo e errado e as consequências. Não foi um ato errático, foi planejado", indica a declaração do júri.
O juiz do tribunal da Audiência Provincial de Guadalajara, a cerca de 60 quilômetros de Madri, deve decidir agora a data da audiência em que será conhecida a sentença de Patrick, que pode ser condenado à prisão perpétua.
O brasileiro fugiu pouco depois de cometer o assassinato para João Pessoa, na Paraíba. Retornou à Espanha em outubro de 2016 e se entregou à polícia, convencido por sua família de que seria melhor cumprir pena na Espanha do que no Brasil.
Detalhes sobre o crime
O primeiro a falar foi o próprio réu, François Patrick Nogueira Gouveia, de 21 anos (19 no momento dos crimes), que confessou à polícia os assassinatos cometidos em 17 de agosto de 2016 na cidade de Pioz, próxima a Guadalajara.
Patrick Nogueira, que em um exame psicológico foi descrito com um perfil de personalidade psicopática, manipulador, egocêntrico e sem empatia, chegou a casa dos tios no dia dos crimes com uma faca afiada, sacolas plásticas e fita de vedação.
Ele assassinou primeiro a tia, Janaína Santos Américo, 39 anos, e os dois filhos do casal, de um e três anos. Esperou a chegada do tio materno Marcos Campos, 40 anos, e também o matou.
Os adultos foram esquartejados e os pedaços dos corpos foram colocados em sacolas plásticas. Depois limpou a casa, se limpou e esperou para pegar o ônibus de volta na manhã seguinte, de acordo com os documentos judiciais.
Os corpos foram encontrados um mês depois, graças a um funcionário da manutenção que alertou para o odor procedente da residência.
Enquanto cometia os crimes, Nogueira trocou mensagens por WhatsApp com um amigo no Brasil, Marvin Henriques, a quem "pedia conselhos, relatava o que estava fazendo e enviava fotografias dos cadáveres, recebendo por parte de seu interlocutor mensagens de incentivo", afirma um documento judicial.