O sobrinho da família brasileira morta e esquartejada na Espanha esteve na casa dos parentes no dia do crime, segundo a geolocalização do telefone celular do suspeito, informaram as autoridades locais.
- O celular desta pessoa, François Patrick Nogueira Gouveia, que o suposto autor desse terrível crime, esteve durante a tarde e a noite do dia dos fatos e a manhã seguinte no chalé - declarou aos jornalistas o delegado de Governo da região de Castilla-La Mancha, José Julián Gregorio.
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A Guarda Civil afirmou, na semana passada, ter "provas inconquestáveis" de que François foi o autor do crime, sem que haja indícios de que tenha contado com cúmplices ou estivesse relacionado com o crime organizado. Além disso, os investigadores acrescentaram que o jovem suspeito apresenta um perfil psicótico.
Entre os indícios citados, os investigadores apontam que o sobrinho trocou apressadamente sua passagem de avião para voltar ao Brasil em 20 de setembro, dois dias depois da descoberta dos cadáveres.
Os quatro corpos dos membros da família originária da Paraíba, Marcos Campos Nogueira, sua esposa Janaína Santos Américo e os dois filhos do casal, de um e quatro anos, estavam em sacos plásticos, e os dois adultos, de 30 anos, foram esquartejados. Eles foram achados em um chalé em Pioz, 60 km a leste de Madri no dia 18 de setembro.
O sobrinho Marcos, de 19 anos, não era visto desde 17 de agosto, e os investigadores acreditam que o crime possa ter acontecido na tarde ou noite desse dia. François mora na cidade de João Pessoa e, no momento, se encontra em liberdade.
A chancelaria espanhola pediu às autoridades brasileiras a detenção e a prisão preventiva do suspeito, já interrogado pela polícia de seu país. O Brasil respondeu que, em virtude do tratado bilateral de extradição, não poderá entregar o sobrinho suspeito. Entretanto, solicitou todo o processo policial e judicial conduzido na Espanha para iniciar os trâmites de um processo penal no Brasil.
As autoridades espanholas ainda não tem certeza sobre o motivo do crime, afirmando que pode haver várias causas e que boa parte da investigação segue em segredo de justiça.
Segundo foi informado, o jovem tinha um passado violento (agrediu gravemente um professor no Brasil) e apresenta um perfil de "psicoticismo", marcado por seu egoísmo, narcisismo e "falta de apego à vida humana". Viveu durante quatro meses com a família assassinada na região de Torrejón de Ardoz, muito próxima a Madri, onde Marcos Campos e sua família moraram antes de se mudar a Pioz.
Segundo a Guarda Civil, continuava vivendo naquela cidade e não tinha emprego. Seu tio Marcos era cozinheiro, e havia trabalhado anteriormente em outras cidades espanholas, como La Coruña e Valladolid.
Os investigadores afirmam que o suposto assassino abordou suas vítimas de maneira "sequencial", ou seja, não enfrentou todas ao mesmo tempo, e que um dos adultos estaria fora de casa quando ele entrou.
*AFP