O presidente americano Donald Trump alertou seu colega hondurenho nesta terça-feira (16) que detenha a caravana de milhares de imigrantes que deixaram o país com o intento de entrar nos Estados Unidos. Alguns já cruzaram a fronteira com a Guatemala.
"Os Estados Unidos informaram com firmeza ao presidente de Honduras que se a grande caravana de pessoas que se dirige aos Estados Unidos não for freada e levada de volta a Honduras, não haverá mais dinheiro nem ajuda para Honduras, com efeito imediato", tuitou Trump.
No sábado, um grupo de mais de dois mil hondurenhos começou uma caminhada em San Pedro Sula, 180 quilômetros ao norte de Tegucigalpa, até a fronteira com a Guatemala para chegar aos Estados Unidos, uma rota de dois mil quilômetros cheia de obstáculos e perigos.
Na tarde de segunda-feira (15), milhares de migrantes já estavam na cidade guatemalteca de Esquipulas, na fronteira com Honduras.
Antes de entrarem na Guatemala, um grande contingente de policiais fechou a passagem aos migrantes, mas horas depois estes conseguiram chegar a um abrigo em Esquipulas, segundo imagens e vídeos divulgados pela imprensa local.
A violência na América Central empurrou famílias inteiras, e em muitos casos crianças sozinhas, a fugirem empreendendo a perigosa viagem para os Estados Unidos.
Na segunda-feira, as autoridades da Guatemala anunciaram que proibiriam a entrada dos imigrantes hondurenhos se eles não cumprissem com os requisitos legais para entrar no país.
Nesta terça-feira (16), um grupo de organizações sociais pediu ao governo guatemalteco que garanta os direitos dos migrantes.
"É responsabilidade do governo da Guatemala a segurança e integridade das pessoas que estão em seu território e por nenhum motivo atentar contra os seus direitos humanos", detalhou um comunicado emitido por 18 organizações, entre elas a Mesa Nacional para as Migrações na Guatemala e a Pastoral de Mobilidade Humana.
OEA pede respeito a migrantes
O governo do México também anunciou que freará a passagem dos migrantes que não cumprirem com a legislação.
Mais de 500 mil pessoas cruzam clandestinamente a fronteira sul do México a cada ano em sua tentativa de chegar aos Estados Unidos, de acordo com dados da ONU. A maioria sai da América Central fugindo da violência e da pobreza de seus países.
Na semana passada, o presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, participou junto com seus homólogos de Guatemala e El Salvador da Segunda Conferência sobre Prosperidade e Segurança na América Central em Washington.
No fórum, o vice-presidente americano, Mike Pence, foi contundente ao pedir aos líderes centro-americanos que enviem uma mensagem aos seus cidadãos: "Se não puderem vir aos Estados Unidos legalmente, não venham".
Já o secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, pediu respeito aos direitos dos migrantes.
— Pedimos respeito aos direitos e à segurança dos integrantes da caravana de migrantes hondurenhos, assim como a investigação do possível envolvimento de traficantes de pessoas — assinalou Almagro.
Mais de um milhão de hondurenhos moram nos EUA, a maioria em situação ilegal. No ano passado, injetaram quatro bilhões de dólares em remessas à economia de seu país, equivalentes a 20% do produto interno bruto (PIB).