Mães, filhas, irmãs ... Elas fugiram da fome na Venezuela. Na ausência de papéis para trabalh ONG também fornece alimentos, produtos de higiene e preservativos. Com seus pacotes sob os braços, elas retornam para os bares e bordéis, pois precisam trabalhar.
Mãe de três filhos, Patrícia, de 30 anos, também iniciou-se nessa vida em Arauca. Foi um pesadelo: um cliente bêbado bateu nela e a estuprou. "Há clientes que te tratam mal e isso é horrível", murmura. "Todo dia peço a Deus que eles sejam bons comigo".
Nicolás Dotta, coordenador do MDM Colômbia, enfatiza a "vulnerabilidade" dessas mulheres sexualmente exploradas. "Se há algo que está caracterizando esta crise migratória, é a questão de como as redes de tráfico estão operando e o alto número de mulheres venezuelanas que estão sendo vítimas dessas redes, não apenas na Colômbia, mas em outras países da região, incluindo a Europa", adverte.
- Um só homem não adianta -
Ao cair da noite, Alegría, Patricia e suas companheiras vão para porta do bar. Os homens passam a pé ou de moto, e às vezes entram.
Algumas, como Pamela, ex-policial de 20 anos que teve de abortar, preferiu fugir da exploração de seu cafetão e ganhar os 30.000 pesos (10 dólares) diários com garçonete.
"O pior para mim era ter relações sexuais sem preservativos, a toda hora, a todo custo, e os maus-tratos".
Milagro agora sorri, pois talvez viva o "milagre" de seu nome: um cliente, um piloto de lancha, a tirou do prostíbulo.
Mas Alejandra, de 37 anos, não quer um marido. "Preciso de muitos homens para alimentar meus filhos", diz a mãe de quatro crianças, incluindo um bebê de dois meses, filho de um cliente.
* AFP