Mais de 90% dos eleitores macedônios que participaram do referendo deste domingo aceitaram que seu país mude seu nome para "República da Macedônia do Norte", segundo os resultados parciais oficiais da comissão eleitoral.
Após a apuração de 43,6% das urnas, o "sim" vence com 90,7% dos votos. No entanto, a abstenção foi alta, segundo as últimas cifras da comissão eleitoral. Dois terços do eleitorado não haviam participado pouco antes do fechamento dos locais de votação.
O objetivo do referendo é encerrar um antigo conflito com a Grécia, aproximando o país da União Europeia. A Grécia veta o país pois, entre outros motivos, a Macedônia é o nome também de uma de suas províncias, ao redor da cidade de Tessalônica.
Desde que a Macedônia declarou independência da ex-Iugoslávia em 1991, os gregos acreditam que o país tenta usurpar seu patrimônio — especialmente o constituído através do reinado de Alexandre, o Grande — e que mantém ambições territoriais ocultas.
Os anos de poder da direita nacionalista macedônia (VMRO-DPMNE), que terminaram em 2017, aumentaram a tensão entre Atenas e Skopje. O país construiu diversas estátuas e referências a Alexandre, o Grande e Filipe da Macedônia, o que irritou os gregos.
Em junho passado, no entanto, o novo primeiro-ministro, o social-democrata Zoran Zaev, assinou com o colega grego Alexis Tsipras um acordo para acabar com a disputa: se o país aprovar o nono nome de "República da Macedônia do Norte", Atenas vai retirar o veto à entrada do vizinho na Otan e na UE.
As palavras "Macedônia do Norte" não aparecem na pergunta do referendo: "Você é favorável à adesão à UE e Otan ao aceitar o acordo com a Grécia?". O governo macedônio propagandeia as vantagens do acordo, com uma campanha pelo "Sim" para uma "Macedônia europeia". Movimentos nacionalistas convocaram um boicote ao referendo.