O ex-primeiro-ministro da Malásia Najib Razak foi acusado nesta quarta-feira de desvio de recursos no âmbito de um enorme escândalo financeiro com ramificações internacionais pelo qual é investigado desde sua derrota nas eleições de maio.
Najib, que se declarou inocente, recebeu três acusações por suposto desvio de 42 milhões de ringgits (8,9 milhões de euros). Ele pode ser condenado a até 15 anos de prisão por cada acusação.
As novas acusações são adicionadas aos indiciamentos por abuso de confiança e outros três crimes pelos quais poderia ser condenado a até 20 anos de prisão por cada.
Todas as acusações estão relacionadas com o caso 1MDB, o fundo soberano criado por Najib quando chegou ao poder, em 2009, e que hoje tem uma dívida de 10 bilhões de euros. O escândalo de desvio de recursos que abala o país há vários anos contribuiu em grande medida para a derrota nas legislativas de maio da coalizão que estava há 63 anos no poder.
O ex-premier, sob suspeita de desvios de 640 milhões de euros, sempre negou qualquer ato ilícito.
O caso 1MDB também é investigado em Singapura, Suíça e Estados Unidos.
O novo governo, eleito nas legislativas de maio e liderado pelo primeiro-ministro Mahathir Mohamad, de 92 anos, afirma que deseja recuperar o dinheiro desviado do fundo para o desenvolvimento do país.
Operações realizadas nas residências e escritórios do ex-primeiro-ministro em junho resultaram na apreensão de uma coleção de 12.000 joias e relógios avaliados em 78 milhões de ringgits (17 milhões de euros).
* AFP