Em mais uma declaração polêmica e contraditória, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse, nesta quarta-feira (18), que considera o líder russo, Vladmir Putin, pessoalmente responsável pelas tentativas de interferência no pleito norte-americano.
— Eu o consideraria (responsável) porque ele está no comando do país, assim como considero a mim mesmo responsável pelas coisas que acontecem neste país — disse Trump em uma entrevista à emissora CBS. — Então, certamente, como líder do país você tem que considerá-lo responsável — acrescentou.
O presidente dos EUA afirmou, ainda, que enviou uma mensagem "muito forte" a Putin sobre o assunto durante o encontro deles na última segunda-feira (16):
— Eu deixei que ele soubesse que não podemos aceitar isso. Não iremos aceitar. E é assim que vai ser.
O presidente norte-americano tem sido criticado pela maneira como vem se expressando sobre o assunto desde o encontro com o presidente russo, ocorrido na segunda-feira (16).
Em entrevista coletiva logo depois do encontro, Trump havia dito que não via "razões" para que a Rússia exercesse ingerência nas eleições, ignorando a convicção dos órgãos americanos de inteligência. Este episódio deixou Trump praticamente isolado nos Estados Unidos, gerando uma avalanche de críticas pesadas de aliados e adversários.
Nesta terça-feira (17), em uma tentativa de apaziguar a crise durante conversa com jornalistas na Casa Branca, Trump alegou que se "expressou mal" na entrevista coletiva com Putin e que, na verdade, queria dizer que "não tinha por que a Rússia não ser culpada". Ele também garantiu que aceitava as conclusões das agências de inteligência e acreditava na interferência russa nas eleições, embora o resultado final não tenha sido influenciado.
Nesta quarta-feira (18), entretanto, uma nova confusão surgiu quando um repórter perguntou se o presidente acreditava que os russos "ainda estão visando" os Estados Unidos. Trump fez um sinal negativo na cabeça e disse "não". O jornalista insistiu na pergunta: "Não? Você não acredita que esse seja o caso?". O presidente novamente negou.
Contradizendo a resposta de Trump, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, informou que o "não" se referia a outras questões — e não sobre a suposta interferência dos russos nas eleições dos EUA.