A operação de resgate de 12 meninos e do técnico de futebol deles, presos em uma caverna inundada da Tailândia há 15 dias, começou neste domingo (8). Até as 11h30min (horário de Brasília), pelo menos quatro meninos já haviam saído do local e foram encaminhados ao hospital. A operação foi suspensa por 10 horas - devendo ser retomada durante a noite.
— Hoje é um grande dia. Os meninos estão preparados para enfrentar todos os desafios — declarou Narongsak Osottanakorn, governador da província de Chiang Rai e coordenador da célula de crise, em entrevista coletiva.
— Sairão um por um. Isto vai durar dois ou três dias — afirmou Chalongchai Chaiyakorn, outro integrante da célula de crise.
No momento, um mergulhador experiente precisa de 11 horas para fazer uma viagem de ida e volta até o local onde estão os meninos e o técnico: seis de ida e cinco para a volta.
O trajeto na caverna de Tham Luan tem vários quilômetros e inclui passagens estreitas e trechos sob a água. A morte de um ex-mergulhador da Marinha tailandesa na sexta-feira, durante uma operação de abastecimento, mostra o nível de perigo da travessia.
Vários meninos, com idades entre 11 e 16 anos, não sabem nadar e nenhum deles já praticou mergulho.
"Condições perfeita"
A célula de crise considerou que as condições atuais para um resgate são "perfeitas", especialmente no que diz respeito ao nível da água na caverna. Os socorristas mandaram evacuar na manhã deste domingo (noite de sábado no Brasil) a área da caverna para liberar o local e "ajudar as vítimas".
— Todos os que não estão envolvidos na operação devem sair da área imediatamente —anunciou a polícia em um sistema de alto-falantes na entrada da caverna, onde estavam centenas de jornalistas. — Para avaliar a situação, nós precisamos usar a área para ajudar as vítimas — completou a mensagem.
O anúncio foi seguido por uma intensa movimentação no acampamento criado pelos jornalistas, com câmeras e espaços marcados para guardar as melhores posições no momento de filmar a saída dos meninos.
Sair antes da chuva
A célula de crise inseriu um tubo de vários quilômetros e conseguiu estabilizar o nível de oxigênio na parte da caverna em que os jovens estão bloqueados. Mas as chuvas previstas para os próximos dias poderiam reduzir boa parte da área de refúgio do grupo.
Uma forte chuva de 30 minutos no sábado à noite recordou a urgência do resgate.
As chuvas de monção provocaram o bloqueio dos meninos, depois que eles decidiram, por um motivo que ainda não está claro, entrar na caverna após o treino de futebol com o jovem técnico de 25 anos.
Como alternativa ao resgate por mergulho, as equipes de emergência anunciaram mais de 100 perfurações verticais na montanha. Algumas delas são consideradas rasas, mas uma tem quase 400 metros de profundidade. Neste domingo as autoridades não anunciaram nenhuma nova perfuração.