O novo governo catalão liderado pela independentista Quim Torra tomará posse no sábado, o que levará ao levantamento da intervenção decretada por Madri após a fracassada declaração de independência de outubro.
Em uma de suas últimas ações antes de ser derrubado por uma moção de desconfiança, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, autorizou o novo executivo regional sem a inclusão de ministros presos ou exilados.
Depois de bloquear a formação de um governo anterior aproveitando seus últimos dias de intervenção na região, Rajoy permitiu a publicação na sexta-feira no Diário Oficial o decreto de nomeação do governo de Torra.
"O novo governo da Catalunha tomará posse amanhã, sábado, no Palácio da Generalitat", o edifício gótico que hospeda o governo regional no centro de Barcelona, indicou a presidência catalã em um comunicado.
Isso deveria levar ao levantamento automático da intervenção de Madri sobre a autonomia regional decretada em 27 de outubro, quando o Parlamento regional proclamou independência sem sucesso.
Quim Torra assumiu o cargo em 17 de maio, mas não tinha um governo por sua intenção de nomear ministros do executivo de seu antecessor, Carles Puigdemont, destituído por Madri e que ainda considerado o "presidente legítimo".
Em 19 de maio, ele anunciou um governo com quatro ministros processados por sua participação na tentativa de secessão, dois deles presos e dois na Bélgica.
O governo espanhol de Mariano Rajoy entendeu como uma provocação a inclusão desses ministros e impediu a publicação do decreto, uma decisão indispensável para prosseguir com a posse.
Após dez dias de bloqueio, Quim Torra decidiu na terça-feira nomear um novo governo sem líderes processados, mas denunciou "a decisão arbitrária e sem proteção legal" de Rajoy, que nesta sexta-feira apresentou uma queixa contra ele por prevaricação.
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* AFP