Um dia depois de ter a trágica história de sua viagem para a África do Sul ao lado do namorado publicada na mídia, a advogada Arianne Batisti, 28 anos, se disse surpresa com a quantidade de ajuda que a família do companheiro, o administrador Lucas Pacheco da Silva, também com 28 anos, tem recebido.
— O pessoal está ajudando muito. Toda a repercussão é muito surpreendente. Estamos muito contentes — disse a jovem, que saiu da UTI na última quinta-feira (21).
Arianne e Lucas viajavam pelo país africano quando, no dia 1º de junho, sofreram um grave acidente de carro. Ela conseguiu retornar ao Brasil para realizar tratamentos aqui, mas o namorado está em coma induzido em um hospital privado na África do Sul desde então. Para ajudar nos custos do tratamento dele, Arianne e a família criaram uma vaquinha online.
— O que está me marcando é a quantidade de pessoas que está me procurando. Eu não esperava por isso. É muito legal, estou muito feliz — contou.
Desde que iniciou a campanha, a família já conseguiu arrecadar mais de R$ 54 mil. Inicialmente, a vaquinha foi lançada com previsão de levantar R$ 30 mil, mas sofreu duas atualizações – a primeira para R$ 50 mil e a segunda para R$ 100 mil.
Arianne afirmou que as mudanças no valor ocorreram em razão do aumento de doações, o que ajuda mais no custeio do tratamento do namorado, que é elevado. O dinheiro será usado para arcar com as diárias do hospital, que custam em torno de US$ 6 mil (cerca de R$ 22 mil).
Além da vaquinha, a família e os amigos do casal também se uniram para arrecadar dinheiro por meio de rifas. A advogada destacou que, caso sobre alguma quantia do valor arrecadado, será utilizado para pagar empréstimos realizados para garantir a estadia de Lucas no hospital e doado para uma instituição de caridade.
A previsão, segundo Arianne, é que o namorado permaneça internado por, pelo menos, mais duas semanas.
— O Lucas já apresenta sinais de melhora, mas ainda não temos novidades, pois os médicos precisam fazer uma nova tomografia para ver se o cérebro dele já desinchou — resume.
A advogada destacou que a família trabalha com a expectativa de que Lucas consiga voltar para o Brasil em um avião comercial. Caso ele não seja retirado do coma induzido, o retorno só seria possível em um "avião ambulância", o que aumentaria exponencialmente os custos de transporte.
A advogada segue internada em um hospital de Porto Alegre para realizar exames preparatórios para eventual cirurgia. No acidente, ela quebrou o braço esquerdo em duas partes e sofreu uma fratura na vértebra C1 da coluna cervical. Lucas quebrou o braço direito, teve o pulmão perfurado por uma costela quebrada e sofreu um traumatismo craniano.
Com voz embargada e olhos marejados, a advogada disse que a situação de saúde do namorado, somada à distância, aumenta a angústia:
— Desde que comecei a namorar o Lucas, esse é o maior período que eu fiquei sem falar com ele. É difícil, porque ele é uma pessoa bem ativa, joga futebol, faz escalada, andava de bicicleta. Então, é bem complicado ver a pessoa deitada assim em uma cama.