O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu nesta quinta-feira (10), no meio da noite, os três americanos libertados por Pyongyang, uma imagem carregada de simbolismo nas semanas prévias a seu encontro com o líder norte-coreano, Kim Jong-un.
Pouco antes das 3h locais (4h em Brasília), o presidente e a primeira-dama, Melania Trump, subiram a bordo do avião, no qual os três homens acabavam de chegar à base aérea de Andrews, perto de Washington.
O avião do secretário de Estado, Mike Pompeo, que realizou sua segunda viagem à capital norte-coreana em poucas semanas, havia pousado minutos antes.
– Vai ser um momento especial. Para mim, isso representa algo que provoca entusiasmo, algo muito importante para o país –, havia declarado Trump antes de partir da Casa Branca.
O presidente americano garantiu na quarta-feira que, nos próximos dias, serão anunciados o lugar e a data de sua esperada cúpula com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e disse que não será realizada na Zona Desmilitarizada (DMZ) que separa a Coreia do Norte da Coreia do Sul.
Cingapura, a outra hipótese à qual Trump se referiu publicamente, aparece agora como a pista mais crível para este encontro histórico.
– Queremos expressar nossa profunda gratidão para com o governo dos Estados Unidos, o presidente Trump, o secretário Pompeo e o povo americano por nos trazerem de volta para casa –, afirmaram os três ex-detentos em um comunicado transmitido pelo Departamento de Estado enquanto viajavam para Washington.
– Damos graças a Deus e a todas as famílias e amigos que rezaram por nós e por nosso retorno. Que Deus abençoe os Estados Unidos, a melhor nação do mundo –, acrescentaram.
Dois dos libertados, o especialista agrícola Kim Hak-song e o ex-professor Tony Kim, foram detidos em 2017, enquanto Kim Dong-chul, um empresário americano nascido na Coreia do Sul e pastor, havia sido sentenciado a dez anos de trabalhos forçados em 2016.
Pyongyang lhes concedeu uma "anistia", afirmou um funcionário americano.
Segundo analistas, essa decisão dá uma muito necessária vitória diplomática a Trump e elimina o último grande obstáculo para seu histórico encontro com Kim.
– Era absolutamente imperativo que a administração Trump garantisse a libertação dos três americanos muito antes de qualquer cúpula –, afirma Jean Lee, analista do Wilson Center.
Depois da libertação, Trump conversou com seu colega sul-coreano, Moon Jae-in, dizendo-lhe esperar que isso tenha um impacto positivo na reunião com Kim, segundo a Casa Azul, sede da Presidência sul-coreana.