A polícia da Malásia anunciou nesta sexta-feira a apreensão de mais de 400 bolsas e quase 30 milhões de dólares em espécie em novas operações em apartamentos de luxo, no âmbito de uma investigação por corrupção contra o ex-primeiro-ministro Najib Razak.
A polícia encontrou o dinheiro e um vasto "tesouro" de bolsas de alto valor em dois condomínios de luxo de Kuala Lumpur.
Najib foi primeiro-ministro do país de 2009 até as eleições de 10 de maio.
A polícia realizou operações, nas últimas duas semanas, em 12 locais, incluindo a casa do ex-chefe de Governo da Malásia, como parte de uma investigação sobre um grande escândalo de desvio de fundos públicos que contribuiu para a recente derrota eleitoral da coalizão de Najib, que estava no poder há 61 anos.
O caso provocou indignação na Malásia pelas denúncias de corrupção relacionadas a Najib, sua família e seus amigos, acusados de saquear o fundo estatal 1MDB.
O ex-primeiro-ministro é suspeito de ter desviado o equivalente a 640 milhões de euros desta empresa pública, criada para modernizar a Malásia, um país do sudeste asiático de 32 milhões de habitantes, em sua maioria muçulmanos.
O dinheiro foi encontrado em 35 bolsas, enquanto outras 37 guardavam relógios e joias, que ainda terão os valores calculados, segundo a polícia.
O diretor do departamento policial de crimes financeiros, Amar Singh, afirmou: "Do dinheiro encontrado, havia 26 tipos de moedas, o valor total chega 114 milhões de ringgit (28,6 milhões de dólares)".
Também foram encontradas 284 caixas com carteiras de design de luxo. A polícia confiscou ainda 150 bolsas de mão em outro apartamento no mesmo complexo, onde mora a filha de Najib.
Najib Razak, que sempre negou qualquer crime, foi objeto de uma investigação quando estava no poder.
Mas o novo governo, dirigido por Mohamad Mahathir, que venceu as legislativas de 9 de maio, prometeu retomar as investigações do caso 1MDB.
Há duas semanas foram apreendidas 72 maletas com dinheiro, joias e muitas bolsas de luxo na casa de Najib, que foi alvo de uma operação, e em outros locais de luxo da capital, Kuala Lumpur, como parte da investigação.
* AFP