O Brasil e mais 13 países (Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia) que integram o Grupo de Lima, formado com o objetivo de buscar alternativas para a crise na Venezuela, informaram nesta segunda-feira (21) que não reconhecem a legitimidade das eleições no país.
Mais cedo, os Estados Unidos anteciparam que também não reconhecerão o resultado do pleito venezuelano – em que o presidente Nicolás Maduro foi reeleito com 67,7% dos votos para mais seis anos de mandato. Segundo o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, a eleição foi "uma farsa, nem livre nem justa".
Como protesto, os governos do Brasil e dos demais países do Grupo de Lima vão convocar os embaixadores da Venezuela nas respectivas nações para prestarem esclarecimentos.
"O Grupo de Lima continuará a acompanhar o desenvolvimento da situação na Venezuela, com o objetivo de adotar as medidas adicionais que se façam necessárias, de maneira individual ou coletiva, a favor do restabelecimento do Estado de Direito e da ordem democrática naquele país", diz o comunicado.
Críticas
Em nota oficial de oito itens, o Grupo de Lima foi categórico. "Os países que integram o Grupo de Lima não reconhecem a legitimidade do processo eleitoral que teve lugar na República Bolivariana da Venezuela, concluído em 20 de maio passado, por não estar em conformidade com os padrões internacionais de um processo democrático, livre, justo e transparente."
Os países afirmam ainda que estão preocupados com as consequências a partir do resultado das eleições na Venezuela.
"Os países do Grupo de Lima reiteram sua preocupação com o aprofundamento da crise política, econômica, social e humanitária que deteriorou a vida na Venezuela, o que se reflete na migração em massa de venezuelanos que chegam a nossos países em condições difíceis, na perda de instituições democráticas, do Estado de Direito e na falta de garantias e liberdades políticas dos cidadãos."
Processo eleitoral
Nicolás Maduro foi reeleito em um processo marcado por denúncias de fraude, abstenção de eleitores e falta de reconhecimento de opositores e da comunidade internacional. O sucessor de Hugo Chávez obteve um mandato de mais seis anos, a partir de janeiro de 2019.
Foram 67% dos votos válidos, contra pouco mais de 1,8 milhão (21%) para o oposicionista Henri Falcón. Em terceiro ficou Javier Bertucci, com 925 mil (11%). A abstenção ultrapassou a metade dos aptos a votar: 54%.