O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, minimizou nesta segunda-feira (30) suas chances de receber o Prêmio Nobel da Paz após a histórica reunião com o líder norte-coreano Kim Jong Un, dizendo que o presidente americano Donald Trump poderia recebê-lo em seu lugar.
– O presidente Trump pode receber o Prêmio Nobel. Tudo o que precisamos é de paz –, respondeu Moon à viúva de um de seus antecessores, Kim Dae-jung, que enviou-lhe uma mensagem de parabéns e lhe desejou o Prêmio Nobel.
O próprio Kim Dae-jung foi agraciado com o Nobel da Paz em 2000, por seu papel na primeira cúpula intercoreana com o norte-coreano Kim Jong Il, pai do atual ditador da Coreia do Norte.
O encontro de sexta-feira entre Moon e Kim foi saudado como um grande passo para aliviar as tensões na península coreana, especialmente antes da reunião prevista entre o líder norte-coreano e o presidente dos Estados Unidos.
A escalada verbal em 2017 entre Washington e Pyongyang causou temores de um novo conflito na península, já devastada pela Guerra da Coreia (1950-53), tecnicamente ainda em vigor. A distensão atual, iniciada durante as Olimpíadas de Inverno na Coreia do Sul e que culminou na cúpula de sexta-feira, aumentou as esperanças de um degelo inimaginável há apenas alguns meses.
Em reunião pública no sábado em Michigan, Trump falou de um acordo nuclear com o regime de Pyongyang, sorrindo e acenando enquanto seus partidários entoavam "Nobel! Nobel!".
Moon, cuja humildade conquistou os eleitores sul-coreanos, procura ser um mediador entre Kim e Trump. A casa de apostas britânica Coral aponta Kim e Moon como favoritos para o próximo Nobel da Paz, a ser concedido em outubro, seguido por Trump e pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
* AFP