O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, o PPK, renunciou ao cargo nesta quarta-feira (21), segundo informações do jornal peruano La Republica. A decisão ocorre um dia antes de o Congresso discutir uma moção de destituição, em meio a uma crise no governo, agravada por vídeos divulgados pelo Partido Fuerza Popular, que mostram suposta compra de votos em troca de obras.
Em dezembro, o Congresso já havia analisado uma primeira moção de destituição por denúncias de que a empreiteira brasileira Odebrecht havia realizado pagamento de propinas à empresa de consultoria de Kuczynski e rejeitado seu afastamento. A oposição, contudo, não conseguiu votos suficientes a favor do impeachment.
A empreiteira revelou que havia pago cerca de US$ 5 milhões por assessorias a empresas ligadas ao presidente na primeira década do século XXI, inclusive quando PPK era ministro. Até então, ele havia negado todo laço com a empresa brasileira.
A Odebrecht também revelou que pagou um suborno de US$ 20 milhões ao ex-presidente Alejandro Toledo e que fez contribuições de campanha em 2006 e 2011 aos últimos quatro ocupantes da presidência peruana, incluindo Kuczynski, e a líder opositora Keiko Fujimori. Todos negam envolvimento com a construtora.