O partido de oposição que controla o Congresso no Peru, Força Popular, pediu, nesta quinta-feira (14), a renúncia do presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynsk, por "provas concretas de atos de corrupção" que o vinculam à construtora Odebrecht, a qual teria assessorado por quantias milionárias, inclusive quando era ministro.
— É evidente que sua permanência no máximo cargo da nação é insustentável — disse porta-voz da bancada parlamentar, Daniel Salaverry.
— Aqui, o que o povo peruano exige é que o presidente renuncie e que se dê uma transição constitucional para que o vice-presidente da República assuma a presidência do Peru — declarou.
O ultimato agrava a complicada situação do presidente, depois de a Odebrecht ter reconhecido, na quarta-feira (13), que pagou quase US$ 5 milhões (cerca de R$ 16,6 milhões) por assessorias de empresas vinculadas a ele entre 2004 e 2013.
Durante parte desse período, Kuczynski — conhecido como PPK — foi ministro da Economia e também presidente do Conselho de Ministros do mandatário Alejandro Toledo (2001-2006), a quem a Odebrecht garante que pagou US$ 20 milhões (cerca de R$ 66,6 milhões) em troca da concessão de uma rodovia.
A construtora brasileira, envolvida no escândalo pelo pagamento de subornos em troca de obras públicas na América Latina, admite que desembolsou US$ 29 milhões (cerca de R$ 96,6 milhões) no Peru entre 2005 e 2014.
Os pedidos formais de renúncia presidencial chegam antes de PPK completar a metade do mandato de cinco anos, que conclui em julho de 2021. Uma possível destituição ou renúncia abriria caminho a eleições antecipadas no ano que vem.