O presidente sul-africano, Jacob Zuma, anunciou sua demissão imediata nesta quarta-feira (14), depois que seu partido, o Congresso Nacional Africano (CNA), ameaçou destituí-lo com uma moção de censura.
Zuma, debilitado por um escândalo de desvio de recursos públicos, anunciou em um discurso televisionado que chegou "à decisão de se demitir como presidente da República com efeito imediato".
Moção de censura
Depois de várias semanas de negociações frustradas com Zuma, que deixaram o país em uma grave crise política, a direção do ANC decidiu na terça-feira (13) exigir que ele deixasse o poder o mais rápido possível.
"O Comitê Nacional Executivo (NEC, órgão de decisão do ANC) decidiu apelar a seu camarada Jacob Zuma", declarou o secretário-geral do partido, Ace Magashule, horas depois de uma reunião de várias horas que refletiu as divisões dentro do ANC.
Cyril Ramaphosa, que assumiu em dezembro a liderança do ANC, busca a saída de Zuma, afetado por vários casos de corrupção, com o objetivo de evitar uma catástrofe eleitoral nas eleições gerais de 2019.
O ANC havia anuncia que caso Jacob Zuma não apresentasse o pedido de renúncia, na quinta-feira o partido debateria uma moção de censura contra ele no Parlamento.
"Apresentaremos a moção de censura amanhã (quinta-feira) para que o presidente Jacob Zuma seja destituído de seu cargo e possamos eleger o atual líder do ANC, Cyril Ramaphosa, para o posto de presidente da República", declarou o tesoureiro geral do partido, Paul Mashatile, em uma entrevista coletiva na Cidade do Cabo.
* AFP