O direito ao porte individual de armas é garantido pela Constituição americana desde o século 18, numa tradição que remonta ao direito inglês. A Segunda Emenda à Constituição, que entrou em vigor em 1789, estabelece: "Uma bem regulamentada milícia sendo necessária para a segurança de um Estado livre, o direito das pessoas de manter e portar armas não deve ser infringido".
A redação peculiar do texto, com sua referência inicial a "uma bem regulamentada milícia", deu margem a um longo e árduo debate. Com o tempo, duas grandes alas se formaram a respeito do assunto. Uma delas, chamada de coletivista, entendia que a Segunda Emenda estabelecia um "direito coletivo" a possuir armas, cabendo a cada Estado regular a matéria. Outra, batizada de "individualista", sustentava o contrário: a Constituição proibia qualquer corpo legislativo de restringir o direito individual à manutenção e ao porte de armas.
Em 1939, a Suprema Corte dos Estados Unidos adotou, ao julgar um processo, um entendimento coletivista sobre o assunto, sublinhando que o objetivo do texto da Constituição era fortalecer o exército. Em 2008, porém, ao examinar uma ação contra a proibição de armas que vigorara por 32 anos em Washington, D.C., os juízes decidiram no sentido inverso: a Segunda Emenda fixava, segundo o novo entendimento, o direito individual à posse de armas de todo e qualquer cidadão americano. Dois anos depois, a Corte decidiu que a Segunda Emenda aplicava-se obrigatoriamente aos Estados. Ainda assim, a legislação sobre armas varia bastante de Estado para Estado e resulta em acirradas disputas políticas e legais.
Nos Estados
Porte de armas
O porte não ostensivo de armas curtas é proibido em apenas um Estado (Illinois) e no Distrito Federal. Em 45 Estados, é permitido mediante o cumprimento de algum tipo de licença. Em quatro (Arizona, Alaska, Wyoming e Vermont), não é exigida licença. No caso das armas longas, a proibição total de porte ostensivo é adotada por seis Estados (Califórnia, Minnesota, Illinois, New Jersey, Massachusetts e Flórida) e por Washington, D.C.
Compra, posse e registro
A legislação a ser observada por quem pretende comprar, possuir e registrar uma arma variam de Estado para Estado. Para armas curtas, as leis vão desde a regulamentação do registro (Havaí, Califórnia, Nova York e Washington, D.C.) até a proibição de que seja adotada lei sobre o assunto (Arizona, Colorado, Arkansas, Idaho, Dakota do Sul, Vermont, Rhode Island e Flórida). No caso de armas longas, apenas o Havaí e Washington, D.C. exigem registro.
Restrições por local
Na maioria, as legislações estaduais adotam restrições ao porte de armas em alguns locais, variando da proibição total à eventual ou a depender de administradores locais. Com exceção de Utah, Colorado, Oregon, Wisconsin e Mississippi, campi universitários estabelecem porte proibido ou restrito de armas em todos os Estados. Locais de culto, onde há consumo de álcool, estádios e hospitais também têm restrições em alguns Estados.