O ministro espanhol do Interior, Juan Ignacio Zoido, acusou o governo separatista da Catalunha, nesta terça-feira (3), de estimular "a rebelião" na região, onde foram registrados atos de repúdio à Polícia nacional, após a onda repressiva no domingo para tentar impedir o referendo de autodeterminação.
"Estamos vendo como o governo da Generalitat empurra a cada dia o povo catalão para o abismo e estimula a rebelião nas ruas da cidade", afirmou Zoido, no Ministério do Interior, após se reunir com o chefe do governo, o conservador Mariano Rajoy.
As palavras do ministro surgem no momento em que se multiplicam as manifestações contra a Polícia Nacional e a Guarda Civil na Catalunha, na frente de hotéis onde esses efetivos estão hospedados e até de delegacias.
A hostilidade contra ambas as forças aumentou desde a intervenção policial, em alguns casos violenta, para impedir a celebração do referendo, proibido pela Justiça.
O governo central "vai tomar todas as medidas que forem necessárias para frear os atos de assédio" contra os agentes policiais, prometeu Zoido, garantindo que esses fatos "inaceitáveis (...) terão a resposta jurídica correspondente".
Afirmando que agiram com "profissionalismo e responsabilidade", Zoido falou diretamente aos agentes: "O governo da Nação vai garantir todos os seus direitos e vai proteger sua dignidade, sobretudo, àqueles que estão agora mesmo prestando serviço para garantir a liberdade e os direitos na Catalunha".
Na segunda-feira (2), o presidente catalão, o separatista Carles Puigdemont, exigiu "a retirada de todos os efetivos policiais deslocados na Catalunha para esses atos de repressão".
Quase 900 pessoas precisaram de atendimento médico, depois da ofensiva policial, segundo o governo regional. Desse total, quatro foram internadas, e duas se encontram em estado crítico.
Já o Ministério do Interior relatou que 431 policiais e guardas civis ficaram feridos e que, desses, 39 necessitaram de assistência médica.
* AFP