O economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Maurice Obstfeld, declarou nesta terça-feira que "a situação na Catalunha é preocupante, porque cria muita incerteza, tanto para a economia catalã como para a espanhola". Obstfeld acrescentou que "a única coisa que podemos fazer é esperar que nenhuma das duas partes atue de maneira precipitada e que ambas negociem. Potencialmente os dois lados têm muito a ganhar se o fizerem".
O economista-chefe do FMI não ofereceu propostas de negociação nem entrou em mais detalhes. Mas declarou que a crise catalã "provavelmente terá efeitos colaterais em outros países europeus".
– A situação na Espanha desde já é preocupante, já que causa muita incerteza tanto para a economia catalã como para a espanhola – sublinhou Obstefeld na apresentação do relatório Perspectivas Econômicas Mundiais.
Perguntado sobre possíveis efeitos fora da Espanha caso a incerteza política se prolongue, o economista-chefe do FMI apontou que "sim, haveria contágio no resto da Europa".
Presidente do Conselho Europeu pede retorno a "diálogo possível"
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, pediu nesta terça-feira ao presidente catalão, o separatista Carles Puigdemont, que não tome uma decisão sobre a declaração de independência e retorne "ao diálogo possível" com Madri.
– Hoje lhe peço que respeite a ordem constitucional (da Espanha) e não anuncie uma decisão que torne esse diálogo impossível – declarou Tusk ante o Comitê Europeu das Regiões.
Ele recordou ainda que há poucos dias pediu ao presidente espanhol, Mariano Rajoy, que buscasse uma solução baseada no diálogo e "sem o uso da força".
O presidente catalão deve discursar nesta terça-feira pela primeira vez ante o Parlamento regional desde a realização do referendo de independência proibido pela Justiça espanhola e marcado pela violência policial para impedir a votação.
Neste contexto, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse confiar numa solução pacífica ao conflito entre Madri e os separatistas.
– Há um golpe de força dos catalães, e eu desejo que seja administrado de forma pacífica. Acredito que esse será o caso, estou confiante – afirmou durante um debate na Universidade Goethe de Frankfurt, na Alemanha. _ A demanda catalã não se inscreve nas regras do Estado de direito espanhol.