Uma explosão na estação de metrô de Parsons Green, em Londres, deixou feridos nesta sexta-feira (15). O caso ocorreu às 8h20min (às 4h20min pelo horário de Brasília) e provocou pânico entre passageiros. A Polícia Metroplitana orientou a população britânica a evitar a área. Pelo menos 22 pessoas foram hospitalizadas, nenhum em estado grave.
Inicialmente, a polícia classificou a explosão como "incidente". Pouco mais de uma hora depois, anunciou no Twitter que o caso está investigando como um ato terrorista.
— Nós agora consideramos que foi a detonação de um artefato explosivo improvisado — afirmou o chefe da unidade antiterrorismo da polícia londrina, Mark Rowley, citando que a maioria das vítimas foi hospitalizada por queimaduras.
A explosão não foi reivindicada por nenhum grupo terrorista. De acordo com o canal britânico BBC, centenas de detetives estão investigando o caso. As autoridades não informam, no entanto, se há suspeitos detidos. Este é o quinto ataque terrorista no Reino Unido em seis meses.
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Um vídeo e fotos publicados por uma testemunha nas redes sociais mostram um balde de plástico em chamas (veja abaixo) e a suspeita é de que o conteúdo pode ter provocado a explosão. A polícia, no entanto, disse que ainda é muito cedo para confirmar a causa do fogo.
O balde, como os utilizados tradicionalmente para pintura, estava dentro de uma bolsa de plástico e dele saíam alguns cabos. Uma fonte de segurança disse ao canal de TV norte-americano CNN que um cronômetro foi encontrado próximo ao material que explodiu. As autoridades acreditam que o dispositivo buscava causar danos maiores.
Ambulâncias e viaturas foram mobilizadas para atender a ocorrência. De acordo com a nota, as ambulâncias demoraram cinco minutos para chegar ao local. Pouco depois do ataque, várias testemunhas descreveram a explosão.
— Houve um enorme boom — afirmou Charlie Craven, que se dirigia ao metrô para ir ao trabalho. — Nós pegamos o metrô todas as manhãs. Nunca teríamos imaginado que isso aconteceria aqui.
Peter Crowley, outra testemunha, disse ter visto uma "bola de fogo" e postou no Twitter fotos mostrando seu rosto queimado.
Louis Hather, de 21 anos, que estava a caminho do trabalho e estava no metrô, descreveu à AFP que havia "pessoas gritando e correndo pelas escadas". Ferido na perna durante a confusão, ele conseguiu sair para a rua onde "muitas pessoas choravam".
— O cheiro era de plástico queimado — relatou, chocado, descrevendo "uma mulher levada em uma maca em um ambulância com queimaduras em todo o corpo".
As ruas próximas ao local da explosão foram isoladas pela polícia, que montou um cordão de segurança e colocou homens equipados com fuzis. No local, vários moradores esperavam na calçada e tentavam conseguir informações, enquanto os comércios próximos ofereciam chá ou café.
Primeira-ministra expressa solidariedade
O prefeito de Londres, Sadiq Khan, condenou os "indivíduos desprezíveis que tentam usar o terrorismo para nos atingir e destruir nosso modo de vida" e afirmou que a cidade "nunca será intimidada ou derrotada pelo terrorismo". Já a primeira-ministra britânica, Theresa May, expressou solidariedade aos feridos pela explosão.
"Tenho presente em meus pensamentos os feridos de Parsons Green e os serviços de emergência que, mais uma vez, estão respondendo rapidamente e bravamente a este suposto ato terrorista", disse May.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou os "terroristas fracassados" que garantiu estar por trás do atentado desta sexta-feira.
"Outro ataque em Londres por um terrorista fracassado", tuitou o presidente norte-americano. "São pessoas doentes e dementes que estavam na mira da Scotland Yard. Temos que ser proativos!", disse.
O Reino Unido sofreu quatro atentados desde 22 de março e vive em estado de alerta. Na escala de ameaça terrorista das autoridades, o nível é o segundo mais elevado, "severo", que significa que um atentado é "altamente provável".
Relembre os outros quatro ataques ocorridos no Reino Unido em 2017:
— Em março, em Londres, um terrorista usou um veículo para atropelar os pedestres na ponte de Westminster antes de esfaquear um policial, matando cinco pessoas.
— Em maio, um suicida explodiu uma bomba artesanal na saída de um show da cantora pop americana Ariana Grande em Manchester, matando 22 pessoas.
— Em junho, terroristas a bordo de uma caminhonete atropelaram pedestres na London Bridge, antes de esfaquearem vários deles, matando oito pessoas.
— Também em junho, Outro atentado, desta vez visando muçulmanos perto da mesquita londrina de Finsbury Park em junho, foi cometido por um homem qe se lançou contra a multidão, fazendo um morto e uma dezena de feridos.