A Coreia do Norte anunciou, na madrugada deste domingo (3), um teste nuclear com bomba de hidrogênio. Imagens divulgadas pela Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA) mostram o líder Kim Jong-un examinando um artefato metálico em forma de tubo.
Esse teria sido o sexto teste nuclear realizado por Pyongyang. Trata-se de uma "arma com extraordinário poder explosivo feita graças aos nossos próprios esforços e tecnologia", declarou a KCNA. Ao citar Kim, a agência disse que "os componentes da bomba H foram 100% fabricados pelo país".
A Coreia do Norte desencadeou nova escalada de tensões em julho, quando testou dois mísseis balísticos intercontinentais (ICBM) do tipo Hwasong-14, aparentemente capazes de alcançar o território continental dos Estados Unidos.
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Desde então, ameaçou lançar foguetes em direção à ilha americana de Guam, no Oceano Pacífico. Na semana passada, disparou um míssil que sobrevoou o Japão.
O presidente americano, Donald Trump, alertou a Coreia do Norte de que o país se expõe a um dilúvio de "fogo e fúria" e comentou que as armas dos Estados Unidos estão "preparadas e carregadas".
Após realizar seu quarto teste nuclear, em janeiro de 2016, Pyongyang havia afirmado que o dispositivo era uma bomba H miniaturizada com poder de destruição muito maior do que artefatos nucleares anteriores. No entanto, especialistas mencionaram que a bomba de seis quilotons desenvolvida não era potente o suficiente para armar um dispositivo termonuclear.
Pyongyang "elevou sua capacidade técnica a um nível ultramoderno" com o "sucesso alcançado no primeiro teste da bomba H", afirmou a KCNA neste domingo (3), acrescentando que Kim "estabeleceu tarefas a serem cumpridas na pesquisa em armas nucleares".
Montar uma ogiva em um míssil equivaleria a uma escalada significativa por parte da Coreia do Norte, pois aumentaria o risco de preparação de um possível ataque. O país assegura que uma arma nuclear dissuasiva é fundamental para a sua sobrevivência, por considerar que se encontra sob a ameaça permanente dos Estados Unidos.
Pyongyang foi alvo de sete pacotes sucessivos de sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU em resposta aos seus programas balístico e nuclear, mas insiste em que continuará desenvolvendo as ações.
A detonação mais recente pela Coreia do Norte, em setembro do ano passado, foi "a mais poderosa até hoje", segundo Seul, com poder de 10 quilotons, inferior aos 15 quilotons da bomba americana que destruiu a cidade japonesa de Hiroshima em 1945.
As bombas atômicas utilizam o princípio da fissão nuclear, em que a energia é liberada pela divisão de átomos de urânio enriquecido ou plutônio no artefato montado na ogiva do dispositivo. As bombas de hidrogênio, ou "bombas H", também conhecidas como armas termonucleares, recorrem à fusão nuclear e são muito mais poderosas. Até hoje, nunca foram utilizadas em combates, mas fazem parte da maioria dos arsenais nucleares existentes no mundo.
Segundo Melissa Hanham, do Instituto Middlebury para Estudos Internacionais da Califórnia, as imagens da suposta bomba de hidrogênio norte-coreana inspecionada por Kim não provam sua existência. "Não sabemos se isso está cheio de poliestireno, mas sua forma parece indicar que contém dois artefatos", tuitou a especialista.