A Justiça indiana condenou, nesta segunda-feira (28), o influente e polêmico guru Gurmeet Ram Rahim Singh a 20 anos de prisão por estupro, poucos dias depois dos protestos convocados por seus seguidores que deixaram 38 mortos.
Dezenas de milhares de simpatizantes do guru espalharam o terror na semana passada em várias cidades do norte do país, incendiando dezenas de veículos e provocando conflitos, depois que a Justiça declarou o líder culpado de estuprar duas de suas seguidoras, em 2002.
Conhecido por gostar de joias e pelas roupas chamativas, o líder espiritual de 50 anos, à frente da seita Dera Sacha Sauda, afirma ter mais de 50 milhões de adeptos em todo o mundo.
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Defensores das vítimas já anunciaram a intenção de apelar contra a sentença.
– Consideramos que pelo menos outras 48 vítimas foram agredidas sexualmente e teriam falecido ou teriam muito medo de romper o silêncio – disse Utsav Singh Bains, advogado de uma das vítimas.
Esta não é a primeira vez que Gurmeet Ram Rahim Singh se torna alvo de polêmica. Em 2015, o guru foi acusado de ter incentivado 400 de seus discípulos a se castrar para ficar mais próximo dos deuses. Além disso, ele foi processado em uma investigação do assassinato de um jornalista, em 2002.
As autoridades reforçaram o dispositivo de segurança na cidade de Rohtak, onde o guru está detido, para evitar uma nova onda de violência. O comando de segurança também cortou as redes de internet móvel e instalou postos de controle policial nas estradas.
– Se a situação exigir o uso de armas de fogo, meus oficiais têm total liberdade de decisão – declarou o chefe de polícia de Rohtak.