O presidente da Coreia do Norte, Kim Jong-un, prometeu novos lançamentos de mísseis sobre o Pacífico e a ilha de Guam e garantiu que o tiro de terça-feira (29) sobre o Japão – condenado pela ONU – é apenas um "prelúdio".
Nesta quarta-feira (30), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que discutir com a Coreia do Norte "não é a solução", dando a entender, em um tuíte ambíguo, que a busca por uma solução diplomática com o regime de Pyongyang está condenada ao fracasso.
Contudo, seu secretário de Defesa, Jim Mattis, declarou que ainda há lugar para a diplomacia com a Coreia do Norte.
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O "Rodong Sinmun", jornal oficial do partido no poder na Coreia do Norte, publicou cerca de 20 fotos do disparo. Em uma delas, vê-se Kim Jong-un rodeado por seus conselheiros, com um mapa do noroeste do Pacífico em seu escritório.
Em uma nota publicada nesta quarta, a agência oficial de notícias norte-coreana, KCNA, cita Kim, anunciando "mais exercícios de disparos de mísseis balísticos no futuro, com seu alvo no Pacífico".
O lançamento de terça foi "um prelúdio importante para conter Guam, base avançada da invasão", declarou, referindo-se a um "avanço das contramedidas" frente às manobras militares que os exércitos americano e sul-coreano estão realizando na Coreia do Sul. Pyongyang considera que esses exercícios militares são um ensaio geral de uma invasão a seu território.
É a primeira vez que Pyongyang declara ter enviado um míssil sobre o território japonês. Em 1998 e em 2009, a Coreia do Norte havia lançado foguetes que sobrevoaram o Japão, mas, em ambas as ocasiões, Pyongyang havia argumentado que se tratava de veículos espaciais.
"Ações ameaçadoras"
Milhões de habitantes do norte do Japão acordaram terça-feira com uma mensagem de alerta do governo, enquanto pelos alto-falantes se ouvia: "Lançamento de míssil. Abriguem-se!".
"As ações ameaçadoras e desestabilizadoras apenas aumentam o isolamento do regime da Coreia do Norte na região e entre todas as nações do mundo", declarou Trump em um comunicado. "Todas as opções estão sobre a mesa", acrescentou.