A Coreia do Norte confirmou nesta quinta-feira (10) que planeja disparar quatro mísseis contra a ilha americana de Guam, no Pacífico, alegando que apenas a força faz sentido para o presidente Donald Trump. Que, segundo o país asiático, é alguém que "perdeu a cabeça".
– Um diálogo sensato é impossível com um sujeito assim, desprovido de razão, e com ele só funciona a força absoluta – indicou a agência estatal KCNA, citando o general norte-coreano Kim Rak Gyom.
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A ameaça ocorre após os Estados Unidos advertirem os norte-coreanos, na quarta-feira (9), de que o país está arriscando a sua "destruição" se continuar com o programa armamentista.
Trump destacou o poder nuclear americano diante da crescente inquietação internacional, um dia depois de prometer "fogo e fúria" a Pyongyang "como o mundo nunca viu".
– Espero que nunca tenhamos que usar esse poder – acrescentou Trump, após a sua advertência ao governo de Kim Jong-Un.
Longe de apaziguar a situação, o secretário americano de Defesa, Jim Mattis, pediu que a Coreia do Norte "detenha" o desenvolvimento de armas nucleares e pare de fomentar ações que levem "ao fim de seu regime e à destruição de seu povo".
Em sintonia com os tuítes de Trump, o chefe do Pentágono minimizou o poderio militar de Pyongyang, afirmando que "perderia qualquer corrida armamentista ou conflito que começasse" com os Estados Unidos.
Nesta quinta-feira, o Japão afirmou que "jamais poderá tolerar as provocações" de Pyongyang.
– Apelamos firmemente à Coreia do Norte para que leve a sério as reiteradas advertências da comunidade internacional, acate as resoluções da ONU e se abstenha de realizar novas provocações – disse o porta-voz do governo japonês Yoshihide Suga.
O funcionário japonês destacou que "é muito importante manter o poder de dissuasão americano diante da gravidade da situação de segurança na região".
Na véspera, a China exortou que se evitem "as palavras e os atos suscetíveis" de agravar a situação, enquanto Berlim pediu "moderação" às partes. A França, no entanto, elogiou a "determinação" de Trump ante Pyongyang.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, se mostrou "preocupado", e pediu por meio de seu porta-voz que reduzam as tensões e apelem para a diplomacia.
A pedido de Washington, a Organização das Nações Unidas endureceu há alguns dias as sanções contra Pyongyang por seu programa nuclear, que poderia custar ao governo norte-coreano um bilhão de dólares anuais.
Os Estados Unidos descartam uma "ameaça iminente" para Guam, um estratégico enclave militar, onde conta com 6.000 soldados, e outros objetivos, confiando que a pressão diplomática irá prevalecer.
– Acho que os americanos devem dormir bem, sem nenhuma preocupação sobre esta particular retórica dos últimos dias – disse o chefe da Diplomacia americana, Rex Tillerson, após justificar a "mensagem forte" do presidente Trump "em uma linguagem que Kim Jong-Un pode compreender".
*AFP