O principal conselheiro econômico de Donald Trump criticou a Casa Branca, nesta sexta-feira (25), por não ser mais firme na condenação à violência provocada por neonazistas e supremacistas brancos nas manifestações de Charlottesville, Virgínia. Durante os protestos, uma mulher foi morta por atropelamento.
Gary Cohn, líder do conselho econômico nacional da Casa Branca, é um dos mais proeminentes judeus na administração do presidente norte-americano. Ele também é um dos funcionários com maior peso a se pronunciar sobre a resposta de Trump aos incidentes.
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– Essa administração pode e tem que fazer melhor em condenar consistente e inequivocadamente esses grupos, além de fazer tudo que pudermos para curar as profundas divisões que existem em nossas comunidades – disse Cohn ao Financial Times, sem citar Trump especificamente.
Cohn afirmou que precisou enfrentar "uma grande pressão" para deixar o governo após o presidente estabelecer uma equivalência moral entre supremacistas brancos e os manifestantes antirracistas.
Na ocasião, Trump disse que "os dois lados" tinham parte da culpa pela violência em Charlottesville, e que havia "muita gente boa" entre os supremacistas brancos que protestavam.
O conselheiro se afastou do presidente por dizer ao jornal que "cidadãos que lutam pela igualdade e pela liberdade nunca podem ser equiparados com supremacistas brancos ou neonazistas".
Ele também revelou que decidiu não renunciar ao seu posto porque poderia fazer mais mantendo-se na administração.
– Como um patriota, fico relutante de deixar meu posto, porque sinto que tenho que honrar meu compromisso de trabalhar a favor do povo americano – afirmou Cohn, que complementou:
– Como um judeu americano, não permitirei que neonazistas entoem cânticos que dizem 'os judeus não vão nos substituir' só para esse judeu deixar seu trabalho.
Outro judeu americano da equipe de Trump pressionado a abandonar seu cargo, o secretário de Tesouro Steven Mnuchin, se recusou a fazê-lo e defendeu o presidente.