O grupo fundamentalista islâmico Talibã afirmou que o Afeganistão se transformará em um "novo cemitério" para os Estados Unidos caso as tropas norte-americanas não deixem o país rapidamente. A declaração ocorre após o presidente republicano Donald Trump autorizar o envio de mais tropas ocidentais ao território afegão.
"Se os Estados Unidos não retirarem suas tropas, o Afeganistão se tornará em breve um cemitério para esta superpotência do século XXI", afirmou Zabiullah Mujahid, porta-voz dos talibãs no Afeganistão, por meio de comunicado. "Os governantes americanos devem saber disso", completou.
Conforme fontes da Casa Branca, Trump deu autorização para o envio de 3,9 mil militares ao Afeganistão. Na segunda-feira (21), o republicano descartou uma saída rápida das tropas americanas do país e admitiu um possível acordo com o Talibã no futuro.
– Uma retirada precipitada criaria um vácuo que os terroristas, incluindo o ISIS e a Al-Qaeda, preencheriam instantaneamente, assim como aconteceu antes do 11 de Setembro – disse Trump, usando um acrônimo para referir-se ao grupo Estado Islâmico.
Leia mais
Colisão de trens deixa 42 feridos nos Estados Unidos
Irã ameaça produzir urânio altamente enriquecido
Quatro suspeitos de atentados na Catalunha comparecem ao tribunal
Um alto comandante dos talibãs disse à AFP que Trump se limita a perpetuar a "conduta arrogante" dos presidentes americanos anteriores, como George W. Bush.
– Simplesmente estão desperdiçando soldados americanos. Sabemos como defender o nosso país (e a nova estratégia) não vai mudar nada.
Otan apoia envio de militares
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, elogiou a decisão de Trump.
"Nosso objetivo é garantir que o Afeganistão não se transforme novamente em um refúgio para terroristas que atacariam nossos próprios países", disse Stoltenberg, nesta terça-feira (22), em comunicado.
Na segunda-feira, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Jim Mattis, já havia afirmado que muitos aliados "se comprometeram a aumentar o número de soldados" no país. Nesta terça, o presidente afegão, Ashraf Ghani, elogiou o "compromisso duradouro" dos Estados Unidos no Afeganistão.
A decisão de renunciar a uma retirada rápida "mostra um compromisso duradouro deste sócio fundador neste conflito internacional", afirma a presidência afegã em um comunicado divulgado nas redes sociais.