Londres acordou no domingo chocada com a certeza de que o ato terrorista, ocorrido em março, em Westminster e no Parlamento, não foi um fato isolado. Em menos de três meses, a cidade foi novamente atacada, de forma mais agressiva, desta vez por três terroristas em uma van. Até a manhã deste domingo, foram confirmadas sete mortes e 48 feridos.
Por volta das 22h08min uma van branca cruzou a London Bridge (Ponte de Londres) atropelando pessoas que estavam no local. Quando chegaram do outro lado do Tâmisa, na região do Borough Market, desceram carregando facas e atacaram pessoas em restaurantes e na rua, esfaqueando as vítimas.
Em menos de 10 minutos, policiais chegaram ao local e mataram os três terroristas. Os suspeitos, como ainda estão sendo tratados pelas autoridades, estavam vestidos com roupas imitando homens-bomba.
– Eles gritavam 'Isso é por Alá'– contou uma das testemunhas à rede BBC.
Outra pessoa a presenciar as cenas, uma mulher que estava no restaurante El Pastor no Borough Market (o mercado de comida mais tradicional de Londres), também revelou à BBC que um homem entrou com uma faca atacando quem encontrava pela frente.
– As pessoas se defenderam atirando cadeiras e outros objetos – relatou emocionada.
Em poucos minutos a cidade se mobilizou. A polícia retirou as pessoas de bares e restaurantes. Helicópteros passaram a sobrevoar o local e retirar corpos e feridos. A estação de metrô mais próxima, a London Bridge, foi fechada.
Até mesmo quem estava hospedado em hotéis na proximidade do local dos ataques foi retirado com urgência de seus quartos, quando foi determinado que os alarmes de incêndio fossem acionados. Naquele início de madrugada, a polícia não podia prever a extensão dos incidentes.
A primeira-ministra Theresa May reuniu o Cobra (comitê de crise reunido pelo governo britânico para traçar ações em situações como as de ataques terroristas) na manhã deste domingo, e logo em seguida fez o mais duro pronunciamento contra o terrorismo da última década no Reino Unido.
– Basta! – afirmou.
Theresa May, que concorre a reeleição na quinta-feira, confirmou que a eleição ocorrerá, apesar de um movimento na internet ter surgido pedindo o adiamento.
– É hora de dizer chega. Há muita tolerância ao extremismo em nosso país – falou May.
A premier ainda convocou a colaboração da comunidade internacional para combater o terrorismo e bateu duro nas empresas de tecnologia, dizendo que é preciso atuação mais eficiente para terminar e punir o radicalismo na Internet. Ainda, admitindo que o problema mora em casa, ou seja, a radicalização de cidadãos nascidos na Inglaterra, May adiantou que serão tempos delicados para determinadas comunidades e lideranças religiosas:
– Nos exigirá algumas conversas embaraçosas e difíceis – disse a Primeira Ministra.
Mas, como em outros atentados e incidentes, a mensagem para a população é de colaborar com as autoridades, evitar apenas o local dos ataques e manter e espalhar a mensagem que a melhor resposta ao terror é manter a vida normal, sem medo. A campanha política foi suspensa hoje, mas na segunda-feira será retomada.