O Irã classificou, nesta quinta-feira (8), como "repugnante" a reação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afirmou que Teerã colhe o que planta referindo-se aos atentados reivindicados pelo Estado Islâmico (EI).
Na quarta-feira (7), 13 pessoas foram mortas e mais de 40 ficaram feridas em dois ataques simultâneos contra o Parlamento iraniano e o mausoléu do aiatolá Khomeini na capital iraniana.
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Em breve comunicado, Trump afirmou que reza pelas "vítimas inocentes" dos ataques, mas comentou que "os Estados que apoiam o terrorismo se arriscam a se tornar vítimas do mal que promovem".
"O comunicado da Casa Branca é repugnante num momento em que os iranianos enfrentam o terror apoiado pelos clientes dos americanos", queixou-se em um tuíte o chanceler iraniano Mohamad Javad Zarif, em clara referência à Arábia Saudita, aliada dos Estados Unidos.
Os seis terroristas "eram iranianos de várias partes do país que se juntaram ao EI", informou Reza Seifollahi, vice-secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, em declarações à televisão estatal. Os criminosos estavam armados com fuzis e pistolas e ao menos dois acionaram explosivos, segundo a imprensa iraniana.
A polícia indicou que cinco pessoas foram presas perto do mausoléu de Khomeini por suspeita de envolvimento no ataque, enquanto o Ministério de Inteligência afirmou que uma terceira equipe foi detida antes de iniciarem os ataques.
Em março, o EI publicou um vídeo em persa dizendo que o grupo ia "conquistar o Irã e devolvê-lo à nação muçulmana sunita", matando os xiitas. Embora regiões próximas às fronteiras com o Iraque, o Afeganistão e o Paquistão tenham sido atacadas pelos grupos terroristas, entre eles o EI, os grandes centros urbanos vinham se mantendo à margem dos atentados.
Os extremistas sunitas do EI consideram o Irã xiita apóstata. Já Teerã participa na luta contra o grupo no Iraque e na Síria.
Os comentários de Trump também foram criticados pelos iranianos nas redes sociais.
"Os iranianos acenderam velas por vocês no 11 de setembro", tuitou Ali Ghezelbash, um analista de negócios iraniano.
O presidente norte-americano acusa o Irã de apoiar o terrorismo e ameaça acabar com o acordo selado, em 2015, entre as potências ocidentais e a República Islâmica sobre o programa nuclear iraniano.
Em paralelo, o Senado dos Estados Unidos aprovou na quarta-feira (7) um projeto de lei para impor novas sanções ao Irã, em parte pelo "apoio aos atos de terrorismo internacional".
Autoridades iranianas da segurança afirmam que a Arábia Saudita, aliada dos Estados Unidos, é responsável por financiar e espalhar o extremismo encarnado pelo Estado Islâmico.
Em comunicado, os Guardiões da Revolução do Irã acusaram os Estados Unidos e a Arábia Saudita de envolvimento nos atentados em Teerã, considerando que a "ação terrorista após o encontro do presidente dos Estados Unidos com o chefe de um dos governos reacionários da região, que sempre apoiou os terroristas, é repleta de significado e a reivindicação pelo Daesh (grupo Estado Islâmico) mostra que estão envolvidos".
O guia supremo Ali Khamenei garantiu que os ataques não terão nenhum efeito na determinação do povo iraniano.
À noite, em uma primeira reação oficial, o presidente iraniano, Hassan Rohani, clamou pela "unidade e cooperação regional e internacional" contra o terrorismo, em um comunicado publicado na página da Presidência na internet.