A Assembleia Geral da OEA começa nesta terça-feira (20) no balneário mexicano de Cancún após os ministros das Relações Exteriores fracassarem, na segunda-feira (19), em aprovar uma declaração sobre a crise na Venezuela. A oposição venezuelana reivindicou que o projeto fosse avaliado novamente.
A situação política na Venezuela, no entanto, pode voltar a dominar a agenda. No país, 74 pessoas morreram durante os protestos da oposição que já duram mais de 80 dias.
– O único diálogo possível com a Venezuela é com a OEA, é a única que pode – considerou o deputado opositor venezuelano Luis Florido ao apontar que o organismo tem uma dívida para com o país sul-americano.
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Em uma reunião especial realizada à margem da Assembleia Geral, os ministros das Relações Exteriores não conseguiram reunir os 23 votos entre as 34 delegações para aprovar uma declaração sobre a crise política na Venezuela.
O projeto, que reuniu 20 votos a favor, cinco contra e oito abstenções, pede ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que reconsidere a convocação de uma Assembleia Constituinte, garanta o respeito aos direitos humanos e dialogue com a oposição.
Durante a tarde, ao apresentar o projeto de acordo, os chanceleres acreditavam que o texto seria aprovado, mas as delegações do Caribe mudaram de posição e não deram o voto.
A chanceler venezuelana Delcy Rodríguez se retirou logo no início do encontro, advertindo que o país não reconheceria as resoluções emanadas da sessão especial da organização interamericana.
– A Assembleia pode retomar a questão da Venezuela e aprovar por maioria simples, de 18 votos, a resolução. Hoje reuniu 20 votos – declarou a repórteres o deputado opositor venezuelano William Dávila, após o fracasso da segunda-feira.
Nesta terça-feira, os chefes das delegações vão definir a agenda de discussão e é possível que promovam uma nova votação na Assembleia, onde as decisões são tomadas por maioria simples.