Opositores ao presidente Nicolás Maduro bloquearam ruas e avenidas de Caracas nesta sexta-feira (23) em protesto após a morte de um jovem manifestante na quinta-feira (22), supostamente atingido por um tiro disparado por um militar venezuelano.
Tocando cornetas, apitos e batendo panelas, alguns com bandeiras da Venezuela, grupos de opositores se colocaram nas esquinas e em várias vias importantes de Caracas e de outras cidades, provocando caos no trânsito em diferentes pontos.
– Este é um protesto contra a brutalidade com a qual estão assassinando os nossos jovens. Nosso país está de luto, por isso temos de sair para lutar – declarou Rina Torres, vestida de preto, que se manifestava em uma avenida do leste de Caracas.
Leia mais
Maduro aposta na Constituinte em meio à escalada da crise
Oposição quer 'trancar' ruas da Venezuela após morte em protestos
Representantes da OEA 'nunca mais' entrarão na Venezuela, garante Maduro
O protesto foi convocado após a morte de David Vallenilla, 22 anos e recém formado em Enfermagem, que recebeu três tiros no tórax durante distúrbios em frente à base área de La Carlota, em Caracas.
Em fotos e vídeos se vê um militar – um sargento da Polícia Aérea – atirando à queima-roupa, segundo admitiu depois o ministro do Interior, Néstor Reverol.
Com a morte de Vallenilla, o número de mortos subiu para 75 – muitos deles jovens – em quase três meses de protestos contra Maduro. A situação se agravou após a convocação de uma Assembleia Constituinte, desaprovada por 69,1% dos venezuelanos, de acordo com empresa de pesquisa Datanálisis.
O jovem morreu quando participava de uma manifestação, convocada pela opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), em apoio à procuradora-geral, Luisa Ortega, que lidera um grupo de chavistas dissidentes que se opõem à Constituinte por considerar que viola a democracia.
Alguns motoristas se uniram ao protesto e estacionaram os seus veículos, enquanto outros, incomodados, tentavam ultrapassar os bloqueios.