Após a revelação de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teria solicitado a interrupção de investigações sobre a Rússia, o Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes exigiu que o FBI entregue "memorandos, notas, resumos e gravações" sobre as conversas do ex-diretor do órgão, James Comey, com o republicano.
A petição assinada pelo presidente do colegiado, republicano Jason Chaffetz, afirma que os documentos do FBI poderão apontar "se o presidente tentou influenciar ou impedir" as investigações. O ofício foi encaminhado para o diretor interino da polícia federal americana, Andrew G. McCabe.
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Na terça-feira (16), reportagem do The New York Times apontou que Trump solicitou a Comey para encerrar o inquérito que investiga as ligações entre o ex-assessor de segurança nacional, Michael Flynn, e autoridades russas. O jornal cita como fonte um memorando escrito pelo ex-diretor do FBI, demitido na semana passada. De acordo com o documento, o presidente norte-americano alegou que Flynn era "um bom rapaz" e não tinha feito nada de errado.
O encontro entre Comey e Trump teria ocorrido em fevereiro, no Salão Oval. Um dia antes da reunião descrita no relatório, Flynn foi forçado a deixar o cargo na Casa Branca. O ex-assessor de Trump é investigado pela suspeita de ter recebido valores de empresas ligadas ao governo russo.
Segundo o The New York Times, Comey compartilhou a existência do documento com alguns funcionários do FBI e pessoas próximas.
Por meio de nota, a Casa Branca negou a versão apresentada pelo memorando de Comey e afirmou que Trump nunca pediu o encerramento de investigações.
"Embora o presidente tenha repetidamente expressado a opinião de que o general Flynn é um homem decente que serviu e protegeu o nosso país, o presidente nunca pediu ao Sr. Comey ou a qualquer outra pessoa para encerrar qualquer investigação, incluindo qualquer apuração envolvendo o general Flynn", diz o comunicado.