Os Estados Unidos lançaram, nesta quinta-feira, sua maior bomba não nuclear em uma área do leste do Afeganistão, um "complexo de cavernas" ocupado por militantes do grupo terrorista Estado Islâmico (EI). As informações são do jornal The Independent.
O Pentágono confirmou que esta foi a primeira vez que a arma de 21 mil libras foi utilizada em combate. Uma porta-voz do Departamento de Defesa norte-americano confirmou ao The Independent que uma aeronave MC-130 largou a bomba GBU-43 às 19h (11h30min pelo horário de Brasília).
A arma é conhecida na Força Aérea dos EUA pelo seu apelido Moab, ou "mãe de todas as bombas".
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Na Casa Branca, o presidente Donald Trump elogiou a operação, que classificou como "uma missão muito exitosa".
– Temos os melhores militares do mundo, e eles voltaram a fazer o seu trabalho, como é de costume – disse Trump.
O governador do distrito afegão de Achin, Esmail Shinwari, disse à AFP que a bomba caiu em uma área chamada Momand Dara.
– Essa explosão foi a mais poderosa que eu já vi em toda a minha vida. Enormes colunas de fogo tragaram toda a área – disse.
O governador acrescentou que até agora não há informações completas sobre as vítimas, mas que "considerando-se que era uma área do EI, deve haver muitos combatentes do EI mortos".
No Pentágono, o general John Nicholson, chefe das forças americanas no Afeganistão, disse que a poderosa bomba é "a munição adequada para reduzir os obstáculos e manter o impulso da ofensiva" contra as forças do Estado Islâmico e Khorasan.
– Era necessário tirar seu espaço operacional, e fizemos isso – disse, pouco depois, o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer. – Os Estados Unidos tomaram todas as precauções necessárias para evitar vítimas civis e danos colaterais como resultado desta operação.
Até esta quinta-feira, essa bomba havia sido utilizada apenas em testes realizados pela Força Aérea em 2003. No último fim de semana, um soldado americano morreu em combates na província de Nangarhar, no leste do Afeganistão.
O EI, em intensa atividade na Síria e no Iraque, começou recentemente a se expandir no Afeganistão, onde conseguiu atrair numerosos seguidores dos grupos talibãs na região, assim como islamistas de origem uzbeque.
Militares da Otan estimam que no início de 2016 o EI treinava cerca de 3 mil combatentes no Afeganistão, embora esse número atualmente deva ser menor, entre 600 e 800 homens armados.
Segundo a Força Aérea americana, quando a "mãe de todas as bombas" foi experimentada, em uma base no Estado da Flórida, gerou uma coluna de fumaça e pó que podia ser vista a 32 quilômetros de distância.
*Com informações da AFP e do jornal The Independent