A embaixadora norte-americana na Organização das Nações Unidas (ONU), Nikki Haley, ameaçou, nesta sexta-feira, com uma nova ação militar dos Estados Unidos na Síria. A declaração ocorre um dia após o bombardeio comandado por Washington contra a base aérea síria de Shayrat, na província de Homs, em retaliação ao ataque químico em Khan Sheikhun que deixou mais de 80 mortos, na terça-feira.
– Os Estados Unidos tomaram uma decisão muito pensada na noite passada – explicou Haley no Conselho de Segurança da ONU. – Estamos dispostos a fazer mais, mas esperamos que isso não seja necessário – acrescentou.
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Países como Alemanha, França, Emirados Árabes, Bahrein, Israel e Turquia apoiaram a ação dos Estados Unidos, nesta sexta-feira. Do outro lado, Rússia e Irã encabeçaram as críticas ao ataque norte-americana. Alinhada a Moscou, a China pediu calma e apelou por "evitar uma nova deterioração da situação" na Síria.
Parte da comunidade internacional acusa a Síria de utilizar armas químicas contra civis. O regime de Bashar al-Assad, no entanto, nega as acusações.
O Pentágono suspeita que a Síria tenha recebido ajuda para realizar o suposto ataque químico, embora funcionários americanos não se atrevam a acusar a Rússia de ter participado. O lançamento de 59 mísseis de cruzeiro Tomahawk contra a base aérea de Al-Shayrat, próximo da cidade de Homs, causou a fúria da Rússia e do Irã, aliados de Assad.
– Os Estados Unidos atacaram o território soberano da Síria. Qualificamos esse ataque como uma violação flagrante da lei internacional e um ato de agressão – disse o embaixador de Moscou na ONU, Vladimir Safronkov, no Conselho de Segurança.
A presidência síria chamou os bombardeios americanos de ato "irresponsável" e "idiota".
*AFP