A polícia britânica anunciou, nesta sexta-feira, mais duas detenções "significativas" relacionadas ao atentado de Londres. As autoridades também revelaram que o verdadeiro nome de Khalid Masood, autor do ataque, era Adrian Russell Ajao.
Ao todo, nove suspeito já foram presos depois do ataque de quarta-feira. Uma mulher foi liberado após o pagamento de fiança.
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De acordo com o comandante da unidade antiterrorista da Scotland Yard, Mark Rowley, o homem que morreu na quinta-feira à noite em consequência dos ferimentos sofridos no atentado era um londrino de 75 anos chamado Leslie Rhodes.
A morte de Rhodes eleva o balanço do ataque para quatro mortos, além do criminoso, e 50 feridos de 12 nacionalidades, conforme a polícia.
Os outros mortos foram Aysha Frade, uma londrina de origem espanhola de 43 anos, mãe de duas meninas, o turista norte-americano Kurt Cochran, 54 anos, que celebrava bodas de prata na capital inglesa, e o policial Keith Palmer, 48, esfaqueado na entrada do Parlamento.
– Duas pessoas permanecem no hospital em estado muito grave, e uma delas luta entre a vida e a morte – disse Rowley.
Dois policiais feridos no ataque contra a Ponte de Westminster e o Parlamento continuam no hospital com "ferimentos significativos", de acordo com o policial. Agora, segundo Rowley, a investigação "se concentra em entender a motivação, a preparação e se (Russell) teve cúmplices".
– Queremos saber se agiu absolutamente sozinho, inspirado por propaganda terrorista, ou se recebeu ajuda de outros – afirmou o policial, antes de pedir a ajuda da população. – Continuamos interessados em falar com qualquer pessoa que tenha conhecido bem Khalid Masood, que saiba que eram seus colaboradores e que possa apresentar informações sobre os locais que visitou recentemente.
Um convertido envolvido em velhos problemas com a lei
A investigação é "ampla e avança rápido", disse o comandante, antes de informar que 2,7 mil itens foram apreendidos durante as operações de busca, "incluindo grandes quantidades de dados em computadores".
O autor do ataque, Russell, tinha 52 anos – idade considerada elevada neste tipo de atentado. Ele nasceu em 25 de dezembro de 1964 no condado de Kent, sudeste do país. A mudança de nome indica a conversão ao Islã.
A imprensa britânica informou que ele trabalhou como professor na Arábia Saudita, na década passada, quando se radicalizou. Russell morava há algum tempo na região de Birmingham e "não era objeto de nenhuma investigação", informou a Scotland Yard.
– Os serviços de inteligência não possuíam elementos sobre sua intenção de executar um atentado terrorista.
Criado pela mãe, Russell cresceu em Rye. Desde junho do ano passado, morava em Birmingham, com a mulher e os filhos, de acordo com vizinhos que o descreveram como "muito religioso".
O autor do atentado, no entanto, teve problemas com a lei e possuía várias condenações por agressões e delitos de distúrbios públicos. Não havia nenhum registro relacionado a terrorismo, segundo a polícia. A última condenação de Russell aconteceu em dezembro de 2003 por posse de arma branca.
Após a homenagem às vítimas que lotou Trafalgar Square na quinta-feira à noite, um dia depois do atentado, Londres voltou à normalidade. A área de Westminster e do Parlamento, incluindo a estação de metrô e a circulação na ponte em que Russell atropelou a maioria das vítimas, já estava aberta ao público e ao tráfego.
A manifestação prevista para sábado com o objetivo de pedir que o Reino Unido respeite os direitos dos europeus após a saída da União Europeia foi adiada, de acordo com os organizadores, para não dar mais trabalho à polícia.
*AFP