A União Europeia deverá oferecer um "acordo justo" para o Reino Unido durante as negociações sobre a saída do país do bloco – o chamado "Brexit" –, mas os britânicos não poderão gozar dos benefícios plenos de uma filiação depois que deixar a UE, comentou, nesta quarta-feira, o primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat.
– Queremos um acordo justo para o Reino Unido, mas o acordo precisa ser necessariamente inferior a uma filiação – disse Muscat, cujo país assumiu a presidência rotativa da UE no último dia 1º, durante audiência no Parlamento Europeu.
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Muscat elogiou a clareza do discurso sobre o Brexit feito, na terça-feira, pela primeira-ministra britânica, Theresa May. Segundo ele, ficou claro agora que o governo do Reino Unido está dando maior peso ao controle de imigrantes do que à manutenção do acesso ao mercado único da UE.
Para Muscat, foi "de certa forma positivo" May ter aceito que a filiação ao mercado único é incompatível com o desejo do governo britânico de controlar o fluxo de imigrantes de outros países da UE. Por outro lado, Muscat alertou que negociar o Brexit e, posteriormente, um acordo de livre comércio com o Reino Unido será uma tarefa árdua.
Também nesta quarta-feira, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, exaltou os comentários de May e disse que as negociações só começarão quando o Reino Unido acionar o chamado Artigo 50.