O canal de TV especializado em programação infantil Nickelodeon anunciou que vai construir um resort subaquático e um parque temático em uma ilha conhecida como a última fronteira ecológica das Filipinas, alarmando os ambientalistas.
A empresa por trás de personagens como Bob Esponja e Dora, a Aventureira anunciou que o parque na ilha de Palawan fará parte de uma atração submarina de 400 hectares que dará aos fãs a chance de "interagir com a marca e os personagens míticos que tanto amam".
A ilha de Palawan foi escolhida para abrigar a atração porque "é conhecida por ter algumas das praias mais bonitas do mundo atualmente", explicou, em um comunicado enviado por e-mail à AFP, Ron Johnson, vice-presidente-executivo da Viacom International Media Networks, proprietária da Nickelodeon.
O comunicado com o anúncio oficial do projeto, divulgado na segunda-feira pela Viacom, prevê para 2020 a inauguração do resort, que terá restaurantes e salas de convivência seis metros sob do nível do mar.
"A atração defenderá a proteção dos oceanos e a conservação dos recifes de coral", ressaltou o comunicado.
Mas o grupo ambientalista Greenpeace alertou que o empreendimento destruirá o mundialmente conhecido ecossistema marinho do local.
"É triste e assustador porque um parque temático desse tamanho não vai promover proteção ambiental ao construir essas estruturas", disse à AFP Vince Cinches, do Greenpeace no sudeste asiático.
Ambientalistas chamam a ilha de Palawan de "a última fronteira" por causa de sua costa e florestas preservadas, que estão entre as mais antigas e diversas do sudeste asiático.
Palawan abriga dois sítios inscritos na lista do patrimônio Mundial da Unesco: um rio subterrâneo e os recifes de coral Tubbataha.
O Parque Mundial dos Corais (Coral World Park, ou simplesmente CWP), parceiro da Viacom nas Filipinas, insiste em que o resort não causará danos ao meio ambiente.
"Estamos tomando medidas muito cuidadosas para assegurar que a biodiversidade seja mantida intacta", afirmou à AFP o presidente do Parque Mundial dos Corais, Paul Monozca.
Segundo o Parque Mundial dos Corais, o empreendimento fará parte de um programa de conservação de recifes, que incluirá um santuário marinho para espécies como golfinhos e peixes-boi.
O Conselho para o Desenvolvimento Sustentável de Palawan, uma entidade governamental, informou que o projeto ainda precisa ser aprovado.
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