Ao menos 32 pessoas morreram e mais de 60 ficaram feridas nesta segunda-feira em um atentado lançado em um bairro xiita de Bagdá, cometido por um suicida ao volante de um carro-bomba. O grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou o ataque através de sua agência de propaganda, Amaq.
As vítimas do atentado são, em sua maioria, trabalhadores que esperavam para ser contratados em uma praça de Cidade Sadr, um bairro situado no nordeste de Bagdá que já foi palco de vários atentados com morte no passado.
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Em fotos do ataque divulgadas nas redes sociais, era possível ver uma imensa coluna de fumaça preta e vários feridos, alguns visivelmente em estado muito grave, sendo retirados.
O ataque foi registrado horas antes da chegada à capital iraquiana do presidente francês, François Hollande. No sábado, véspera de Ano-Novo, um duplo atentado reivindicado pelo Estado Islâmico em um mercado muito movimentado do centro da cidade deixou 27 mortos e dezenas de feridos.
Além disso, o grupo extremista reivindicou a autoria do massacre de Ano-Novo na boate Reina, às margens do Bósforo, em Istambul, que deixou 39 mortos, além de muitos feridos.
O Iraque continua sendo palco frequente de atentados com bomba. Geralmente, são reivindicados pelo grupo extremista sunita, que considera os xiitas, majoritários no Iraque, hereges.
Ano de vitórias
Por sua vez, Hollande, em visita ao Iraque em plena ofensiva contra o EI, afirmou que 2017 será um "ano de vitória contra o terrorismo". O presidente francês, que já esteve no Iraque em 2014, é até a data o único grande dirigente da coalizão internacional anti-EI, liderada pelos Estados Unidos, a viajar a este país desde a formação da coalizão, há dois anos e meio.
– Lutar contra o terrorismo aqui no Iraque também é prevenir atos terroristas em nosso próprio território – disse.
Hollande também destacou a importância da "reconstrução" do Iraque, onde centenas de milhares de pessoas foram deslocadas.
Durante a tarde, Hollande se deslocou a Erbil, na região autônoma curda , onde estão mobilizadas as forças especiais francesas que aconselham os peshmergas curdos na luta pela reconquista de Mossul.
Desde 2014, lançou mais de mil bombardeios e destruiu 1,7 mil alvos no Iraque e na Síria. Nos últimos dois anos, a França foi atingida por uma série de ataques extremistas com um saldo de mais de 200 mortos.
A França é o segundo maior sócio da coalizão militar contra o EI, depois dos Estados Unidos. Além dos 14 caças de tipo Rafale baseados na Jordânia e nos Emirados Árabes Unidos, cerca de 500 soldados franceses fornecem aconselhamento, formação e apoio de artilharia no Iraque às tropas deste país que lutam para recuperar os territórios tomados pelos extremistas, incluindo a cidade de Mossul.
Mossul e Raqa
Na semana passada, o primeiro-ministro iraquiano, Haider al Abadi, julgou que ainda são necessários "três meses para eliminar o EI". Hollande disse nesta segunda-feira que a duração da batalha de Mossul é uma questão de "semanas".
Embora Mossul seja o último reduto extremista no Iraque, na Síria controlam completamente Raqa, que será "o próximo alvo", segundo o presidente francês. Uma aliança de forças árabe-curdas apoiada pela coalizão internacional se aproximou de Raqa.
Apesar de seu retrocesso no plano militar, os extremistas continuam atacando regularmente a população civil iraquiana com atentados suicidas, sobretudo com carros-bomba.
– Não terminamos com o flagelo do terrorismo – havia advertido Hollande no sábado em seu discurso de Ano Novo.
*AFP